Apesar de alto custo e ausência de incentivo, consumidor brasileiro vem aderindo à novidade. Participação nas vendas chega a 2,2%
A mobilidade elétrica vem crescendo no Brasil gradualmente, principalmente no segmento de veículos leves. Em 2021, esses modelos representavam 1.69% do mercado de automóveis brasileiro, agora, devem fechar 2022 com 2.16%, segundo a Carcon Automotive.
Segundo a consultoria, o país apresenta tendência de crescimento no setor, principalmente por conta de iniciativas de algumas fabricantes que oferecem cada vez mais modelos eletrificados em suas linhas, apesar do país não ter uma estratégia definida para esses modelos.
O Brasil segue a tendência global de crescimento da participação de veículos leves eletrificados em diversos países como Estados Unidos, China, Coréia do Sul, Alemanha e Reino Unido. Entretanto, esses países oferecem incentivos fiscais para a adoção desses veículos, o que não acontece no mercado brasileiro.
Segundo a projeção da LMC Automotive, parceira da Carcon, a média global dos modelos eletrificados ficará em torno de 23%. Isso significa que a média brasileira é dez vezes menor que a global , e que praticamente 1 em cada 4 carros vendidos em todo o planeta, possui algum tipo de eletrificação embarcada.
Na Europa, o Parlamento Europeu, responsável pelas leis gerais do bloco, debate uma data limite para o banimento das vendas de veículos a combustão , e algumas metrópoles vão além, e planejam banir os carros, independente da motorização, de seus grandes centros.
Os governos estimam que, em 2028, os valores de carros elétricos ao consumidor final estarão pareados com os movidos a combustão, o que iria facilitar ainda mais sua adesão.
Cada vez mais as fabricantes investem mais na produção de modelos elétricos , arquiteturas que permitam recargas mais rápidas, além de baterias de maior capacidade com um tamanho mais compacto.
A Carcon Automotiv e alerta para a necessidade da indústria e governos brasileiros não demorar para começar a investir no setor, já que ignorar a eletrificação pode significar que mais fabricantes deixem o país.
A consultoria ainda ressalta que os modelos híbridos a etanol podem ser uma tecnologia valiosa para o país , principalmente com o argumento da sustentabilidade, já que o etanol é renovável, extraído a partir da cana-de-açúcar.
No aspecto global, os modelos 100% elétricos já se destacam no cenário dos eletrificados, entretanto , no Brasil, o cenário é diferente, já que os elétricos puros ainda possuem um valor muito elevado, o que os torna distante da maior parte da população.
Porém, o crescimento dos modelos híbridos se dá muito por conta da iniciativa da Toyota, quando em 2019 lançou no mercado nacional o Corolla Hybrid , primeiro carro híbrido a aceitar etanol e gasolina. Na época, o preço do modelo era bem competitivo e custava o mesmo que a versão topo de linha do modelo, embora fosse baseado em versão intermediária.
Cada vez mais as fabricantes apostam na eletrificação por questões de emissões de poluentes. No Brasil, as leis vem se tornando cada vez mais restritas neste sentido, e em modelos de segmentos mais luxuosos, vem sendo comum as fabricantes ofertarem versões híbridas.
Modelos como Volkswagen Polo , Jeep Renegade e Toyota Hilux deverão receber versões híbridas em breve, enquanto a Chevrolet, por outro lado, se comprometeu em apostar em modelos 100% elétricos para seu futuro no Brasil .