O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai emprestar até R$ 35 bilhões a empresas do setor sucroalcooleiro nos próximos quatro anos. A previsão é do presidente da instituição, Luciano Coutinho, e foi divulgada nesta segunda-feira (6), em São Paulo.
Coutinho afirmou que o banco tem um plano de investimentos em usinas de açúcar e álcool. “Temos um forte programa de investimento e esse programa pode consumir, em crédito do BNDES, algo entre R$ 30 bilhões e R$ 35 bilhões nestes quatro anos, incluindo 2011”, afirmou.
Também nesta segunda-feira o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, informou que o governo federal trabalha em um plano decenal para aumentar a produção de açúcar e álcool no país. O plano, segundo ele, está em fase final de preparação e deve ser anunciado em breve. O ministro disse que o plano vai traçar metas para a produção do setor sucroalcooleiro para os próximos dez anos. Essas metas serão estabelecidas projetando a demanda nacional dos produtos derivados da cana-de-açúcar.
“O plano decenal é um planejamento de demanda, de produção e de financiamento para que se obtenha os resultados desejados”, explicou o ministro, após participar da abertura de um congresso sobre etanol, em São Paulo. “Ele [o plano] está sendo concluído e acredito que, dentro de muito pouco tempo, vamos lançá-lo.”
Renovação das plantações
Segundo o presidente do BNDES, os empréstimos vão financiar principalmente a renovação das plantações de cana-de-açúcar do País. “Nos últimos anos, a falta de investimento fez com que a idade média dos canaviais aumentasse e houvesse perda de produtividade”, explicou. “Precisamos acelerar os investimentos. A aceleração precisa começar com a renovação dos canaviais.”
Coutinho acrescentou ainda que outras iniciativas serão apoiadas pelo banco, como a ampliação de usinas, integração da rede de alcoodutos, melhoria da logística do setor, entre outras. Para ele, esses investimentos vão colaborar com o crescimento do setor sucroalcooleiro do País, freado pela crise econômica mundial de 2008. Coutinho disse também que os financiamentos serão decisivos para que o Brasil esteja na liderança da produção e inovação do segmento da cana.
“Temos todas as condições de tomar a liderança no processo de desenvolvimento do etanol de segunda geração [produzido a partir da celulose]”, disse. “Não faltará apoio”.
Só no ano passado, o BNDES emprestou R$ 7,6 bilhões a empresas do segmento sucroalcooleiro. Grande parte foi usada na mecanização da colheita de cana-de-açúcar em propriedades rurais do País.
Fonte:
Agência Brasil