Nova Jersey, Estados Unidos, 10 de agosto de 2010. A seleção brasileira apresentava sua nova geração após o fracasso na Copa do Mundo da África do Sul. Neymar, Pato e Ganso brilharam navitória por 2 a 0 sobre os Estados Unidos. Um time renovado, com candidatos a craque. Quase quatro anos depois, Neymar segue o mesmo caminho. Pato e Ganso, não. Esquecidos por Felipão, eles se reencontram agora no São Paulo como as duas maiores incógnitas do futebol brasileiro.
Os jogadores estiveram lado a lado no CT da Barra Funda horas depois de Luiz Felipe Scolari anunciar os “estrangeiros” da Seleção para o amistoso contra a África do Sul, o último antes da Copa do Mundo. Restam poucas vagas para a lista final. O mau momento é tanto que ambos sequer aparecem nas relações de possíveis convocados. Só um milagre os colocará no Mundial.
Enquanto o Brasil tentará o hexa, Pato e Ganso buscarão um caminho para a carreira que, um dia, se desenhou brilhante. As dúvidas estão presentes também na cabeça dos dirigentes são-paulinos. Todos estão animados com a qualificação do elenco, mas reconhecem que os dois precisam despertar para fazer o time apagar a má impressão deixada em 2013, quando lutou contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro.
De Nova Jersey para São Paulo, Ganso viveu dias difíceis mergulhado em atritos públicos com a diretoria do Santos e convivendo com seguidas lesões. Até agora, não justificou os quase R$ 24 milhões investidos pelo Tricolor. No fim de 2013, teve lampejos do período brilhante ao lado de Neymar, mas, no início de 2014, já voltou a decepcionar com atuações apagadas.
O corpo clínico do Tricolor garante que o meio-campista não tem limitações físicas e se apega aos números. No ano passado, o jogador participou de 66 partidas, um recorde em sua carreira. Tecnicamente, porém, ainda continua devendo, principalmente por participar pouco dos jogos e quase não fazer gols. Foram apenas cinco desde que chegou.
Pato vive uma situação muito parecida. O candidato a “novo Ronaldo” das categorias de base do Internacional não se firmou no Milan, ficando bem distante de corresponder à expectativa. O retorno ao Brasil para defender o Corinthians por R$ 40 milhões serviria como um recomeço, mas também não aconteceu como o esperado.
O atacante deixou o Timão classificado como “alienado” e “mimado” por seu comportamento indolente em determinadas ocasiões. Mais que isso, sua postura irritou dirigentes, Tite e Mano Menezes. Tanto que o clube decidiu emprestá-lo pagando metade dos salários.
A missão de resgatá-los está nas mãos de Muricy Ramalho. Ganso já é bastante cobrado pelo treinador para ser mais participativo nos jogos. Com Pato não será diferente. O técnico já avisou: quer um time vibrante e voluntarioso para colocar o Tricolor na briga por títulos. Jogadores apenas com técnica, como no caso de ambos, não terão espaço.
Em campo, a "química" entre eles só poderá ser vista em março. Como fez mais de três partidas pelo Corinthians no Paulistão, Pato só está livre para atuar na Copa do Brasil, a partir de 12 de março, contra o CSA, em Alagoas.
GloboEsporte