A CPI dos Sanguessugas vai investigar depósito de R$ 396 mil feito em conta do ex-assessor da Presidência da República Freud Godoy, alvo de inquérito da Polícia Federal (PF) sobre as negociações para a compra do dossiê com denúncias contra candidatos do PSDB. De acordo com a apuração da comissão parlamentar, Freud teria teria recebido o dinheiro do investidor Naji Nahas, por meio da corretora do Banco Alpha, no dia 5 de setembro.
Dez dias depois, os petistas Veldebran Padilha e Gedimar Passos foram presos em um hotel de São Paulo com R$ 1,7 milhão, que seriam entregues a Luiz Vedoin, da máfia dos sanguessugas, em troca do dossiê.
“Vamos investigar essa pista, mas isso não significa que Freud é culpado”, afirmou ao jornal O Estado de S.Paulo o sub-relator da CPI Fernando Gabeira (PV-RJ), classificando o indício como “importante”. Até agora, a PF diz não ter encontrado indícios que provem a participação de Godoy no escândalo do dossiê.
Ontem, na defesa apresentada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre seu suposto envolvimento no caso, Gedimar Passos voltou atrás e inocentou Freud de participação. Foi Passos quem inicialmente mencionou o nome do ex-assessor e segurança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo o Estado, o repasse de Nahas para Freud Godoy teria sido feito por meio de uma transação de ações da Telemig. Nahas teria vendido as ações para Godoy e as convertido em reais. O dinheiro, inicialmente, teria sido depositado em conta do Banco do Brasil em Brasília e depois transferido para conta da Caso Sistema de Segurança Ltda., empresa de segurança da mulher de Freud, Simone Messeguer Pereira Godoy.
Gabeira pretende requerer à Comissão de Valores Mobiliários uma cópia do boleto da transação. O advogado de Freud, Augusto Arruda Botelho, informou que desconhece o caso e se pronunciará apenas após conversar com seu cliente.
Redação Terra