Pelo menos três senadores podem estar envolvidos na máfia que vendia ambulâncias superfaturadas aos municípios, descoberta na Operação Sanguessuga da Polícia Federal (PF). As revelações foram feitas pelos empresários Luiz Antônio Vedoin, Darci Vedoin e Ronildo Medeiros, considerados mentores do esquema, durante depoimento à Justiça Federal em Cuiabá (MT).
Vice-presidente da CPI, Raul Jungmann (PPS-PE) não quis revelar nomes dos parlamentares, mas, segundo uma fonte que acompanha os depoimentos dos empresários, seriam os senadores Serys Slhessarenko (PT-MT), Magno Malta (PL-ES) e Ney Suassuna (PMDB-PB). Através de assessorias, os três negaram participação no esquema fraudulento.
Outros 62 deputados passaram a integrantes do esquema suas senhas exclusivas do Ministério da Saúde para acompanhamento de projetos para compra de ambulâncias e equipamentos.
MAIS MINISTÉRIOS
“É uma espécie de mercado de emendas. A emenda é uma moeda”, relatou Jungmann. Os empresários confirmaram o envolvimento de, aproximadamente, 60 parlamentares que recebiam entre 15% e 18%, a maioria do chamado “baixo clero”. Já os prefeitos embolsavam 10% dos valores.
A maneira mais comum de negociar emendas era pedir verba, mas não informar de imediato para onde iriam os recursos. Desta maneira, o parlamentar pode “negociar”, ao longo da execução orçamentária, a destinação da verba e escolher quem receberá o dinheiro.
Segundo os três empresários, o bando que atuava no Ministério da Saúde também agia em outros ministérios. CPI encontrou indícios de fraude na compra de um ônibus para o Ministério das Comunicações.
Reuniões da Mesa sem Capixaba
Mais um deputado se afastou das reuniões da Mesa Diretora da Câmara até que a CPI dos Sanguessugas termine as investigações. Nilton Capixaba (PTB-RO) está entre os 15 parlamentares investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por suposto envolvimento com a máfia das ambulâncias.
Capixaba, que ocupa a segunda secretaria, era pressionado a se afastar do cargo, mas decidiu apenas não participar das reuniões. Outro suspeito, o deputado João Caldas (PL-AL) já se afastara na segunda-feira. A Mesa decide questões como a abertura de processo por quebra de decoro.
ODia