O juiz da 6ª Vara Criminal Federal Fausto Martin De Sanctis, responsável pela prisão de Daniel Dantas, Naji Nahas e Celso Pitta, alvos da Operação Satiagraha da Polícia Federal, presta agora depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Grampos.
Entenda a operação Satiagraha da Polícia Federal
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O juz adiantou que não falará nada que esteja sob segredo de Justiça. “O que é sigiloso, continuará sob sigilo e eu não falarei”, afirmou, rejeitando a possibilidade apresentada pelo presidente da CPI, deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), de transformar a comissão em reunião reservada. Ele também afirmou que não responderá nada sobre a Operação Satiagraha, “As informações dela devem ser preservadas”, disse.
Dentre os vários assuntos de interesse dos parlamentares, os membros da CPI devem questionar De Sanctis sobre a quantidade de autorizações de grampo, considerada pelos integrantes da CPI como abusiva. Segundo dados das empresas de telefonia à comissão, a Justiça autorizou 407 mil grampos em 2007.
O juiz da 6º vara criminal federal de São Paulo Fausto De Sanctis, que presta depoimento na comissão como convidado, é especializado em julgar crimes financeiros e lavagem de dinheiro.
Dentre os casos de De Sanctis que ficaram famosos estão o pedido de prisão do megatraficante colombiano Juan Carlos Abadia, condenado a 30 anos de prisão, a condenação do doleiro Toninho da Barcelona, além do confisco de bens do ex-banqueiro do Banco Santos, Edelmar Cid Ferreira, e do ex-empresário Ricardo Mansur, ex-dono do Mappin.
Depoimento de Daniel Dantas
Na quarta-feira é a vez da comissão ouvir o banqueiro Daniel Dantas, convocado para esclarecer a denúncia de ter encomendado grampos ilegais para espionar empresários e autoridades do governo. A denúncia foi confirmada na semana passada pelo delegado Élzio Vicente, da Polícia Federal, que comandou a Operação Chacal, que investigou e revelou o esquema.
Na última sexta-feira o banqueiro entrou no Supremo Tribunal Federal (STF) com um pedido de habeas-corpus para poder falar na CPI apenas aquilo que lhe interessar. A liminar deve ser deferida pelo STF AINDA HOJE.
U.Seg