Cotado para ser o primeiro papa negro e um dos favoritos para suceder Bento 16 no conclave, o cardeal Peter Turkson, de Gana, entrou na mira de vítimas de pedofilia na igreja após ligar a prática ao homossexualismo.
Em entrevista à rede CNN, ele disse que a África registra menos casos de abuso porque muitos povos do continente reprovam o relacionamento de pessoas do mesmo sexo.
"Os sistemas tradicionais da África protegem sua população dessa tendência. Em muitas comunidades e culturas, o homossexualismo e as relações de [pessoas do] mesmo sexo não são toleradas", afirmou Turkson.
A ONG americana Snap. que atende vítimas de pedofilia, afirmou em nota que o comentário é "horrível" e "desqualifica" o cardeal de Gana para liderar a igreja.
A entidade citou estudos sustentando que a pedofilia seria uma prática tão comum entre homossexuais quanto entre heterossexuais.
"As declarações do cardeal são inaceitáveis. Se ele for eleito o novo papa, a igreja vai jogar sal nas feridas das vítimas e mandar um sinal claro de que os padres criminosos não serão punidos", disse à Folha a presidente da Snap, Barbara Blaine. De perfil conservador, Turkson lidera em diversas bolsas de apostas para futuro papa.
F.de SP
BERNARDO MELLO FRANCO
DE LONDRES