Mudanças drásticas nas regras de aposentadoria e pensão prometem impacto significativo para militares; especialistas destacam a importância de investir para o futuro
O governo federal está avançando com propostas que prometem transformar as regras de aposentadoria e pensão para os militares das Forças Armadas, gerando grande repercussão. Segundo informações divulgadas pela CNN, os Ministérios da Fazenda e da Defesa chegaram a um acordo final para incluir os militares no pacote de ajuste fiscal. A proposta inclui medidas como o aumento da idade mínima para passagem à reserva remunerada, fim de pensões para pais e irmãos e restrições a benefícios pagos a familiares de militares expulsos.
Uma das mudanças mais polêmicas é a elevação da idade mínima para a reserva remunerada de 50 para 55 anos. Essa alteração, considerada um dos pontos mais sensíveis, está em debate para definir as regras de transição. Além disso, o governo pretende acabar com o pagamento de pensão para familiares de militares expulsos por mau comportamento ou crimes, o que atualmente consome cerca de R$ 25 milhões anuais.
Outro ajuste significativo refere-se ao benefício conhecido como “morte ficta”, que assegura pensões a familiares de militares expulsos. O Exército lidera em beneficiários desse tipo de pensão, seguido pela Força Aérea Brasileira e pela Marinha. No total, mais de 560 pessoas recebem esses valores, incluindo esposas, companheiras e filhas. O impacto do fim desse benefício promete gerar economia, mas levanta questionamentos sobre o futuro financeiro dessas famílias.
Além das pensões, o ajuste inclui mudanças nos descontos para os fundos de saúde das Forças Armadas, que passarão a ser uniformizados em 3,5% da remuneração bruta, independentemente do número de dependentes. Atualmente, as taxas mínimas variam entre 1,2% e 3,0%, dependendo da Força. Essa padronização tem como objetivo aumentar a arrecadação e equilibrar os custos do sistema de saúde militar.
Enquanto as negociações sobre as regras de transição continuam, especialistas destacam a necessidade de planejamento financeiro para os militares. A proposta sinaliza que depender exclusivamente dos benefícios estatais pode não ser suficiente para garantir estabilidade financeira na aposentadoria. Nesse contexto, estratégias como o investimento regular surgem como alternativas viáveis.
Uma das sugestões mais difundidas entre especialistas em planejamento financeiro para militares é a chamada “Estratégia dos 10%”, que consiste em investir regularmente 10% do soldo mensal em opções seguras e com boa rentabilidade. Essa estratégia é simples, eficaz e acessível, podendo ser adotada por qualquer pessoa com disciplina e visão de longo prazo.
A estratégia dos 10%
A base dessa abordagem é a constância nos aportes e o poder dos juros compostos. Imagine que um 3º sargento com um soldo inicial de R$ 3.824,22 invista mensalmente 10% desse valor, ou seja, R$ 382,42. Se essa quantia for aplicada em investimentos que rendam, em média, 10% ao ano, e você for ajustando o valor dos aportes conforme for sendo promovido, sempre mantendo os 10%, ao final de 35 anos, ele terá acumulado cerca de R$ 1.478.586,38. Isso demonstra o impacto de se investir com regularidade e aproveitar o efeito exponencial dos juros compostos.
Com o tempo, ao ser promovido, o militar ajustará seus aportes de acordo com o aumento do soldo, mantendo a proporção de 10%. Quando o valor acumulado começa a gerar rendimentos significativos, ele passa a receber uma renda passiva. Por exemplo, considerando uma rentabilidade anual de 10%, o montante acumulado geraria um retorno mensal de aproximadamente R$ 12.321,55, o que, somado ao salário da reserva, garantiria uma qualidade de vida superior à média.
Fonte: Sociedade Militar