O relatório de auditoria da agência também descobriu que o governo iraquiano não assumiu a responsabilidade por projetos de reconstrução no valor de bilhões de dólares. E o governo dos Estados Unidos, por sua vez, transferiu muitos projetos sem a concordância do governo do Iraque.
O inspetor especial geral Stuart Bowen foi designado pelo Congresso americano para fazer a auditoria e descobrir como bilhões de dólares do orçamento americano foram gastos no país.
Em uma entrevista à BBC, Bowen afirmou que a atual incompetência no gerenciamento das verbas e a corrupção não podem continuar, acrescentando que a corrupção é “inimiga da democracia”.
“Fizemos 95 auditorias que encontraram exemplos de falhas em programas e desperdícios e temos 95 casos em progresso, neste momento, casos criminais, de investigação de fraude”, disse.
Segundo Bowen, o primeiro-ministro Nouri al-Maliki gastou apenas 22% de seu orçamento em projetos importantes de reconstrução em 2006, tendo gasto 99% da destinação das verbas para salários no mesmo período.
Desde 2003 foram gastos US$ 44 bilhões no Iraque, mas o relatório descobriu que o governo americano está transferindo projetos de forma unilateral sem a concordância do governo do Iraque.
Enquanto o governo dos Estados Unidos foi criticado, a maior parte da culpa foi colocada no governo do Iraque.
O relatório cita como exemplo uma estação de geração de eletricidade que custou muitos milhões de dólares e que ficou sem manutenção quando foi transferida para o governo do Iraque.
Stuart Bowen também analisou o maior contrato de reconstrução no Iraque, gerenciado pela empreiteira americana Bechtel National Inc..
O relatório descobriu cancelamentos, atrasos e custos que superavam os orçamentos determinados.
O inspetor geral afirmou que vários ministérios iraquianos – incluindo o do Petróleo, Trabalhos Públicos e o da Educação – têm dificuldades para administrar seus orçamentos.
Bowen afirmou que “o caminho para a potencial prosperidade” poderia ser encontrado apenas se a produção de petróleo atingisse níveis máximos e a segurança e corrupção fossem gerenciadas de forma eficaz.
No governo iraquiano ninguém estava disponível para comentar o relatório.
O Parlamento está prestes a iniciar seu recesso de agosto apesar dos problemas e do relatório da ONG britânica Oxfam e de uma coalizão de organizações não-governamentais iraquianas alertando que até oito milhões de pessoas no país, ou cerca de um terço da população do Iraque, precisa urgentemente de ajuda humanitária.
bbc