domingo, 22/12/2024
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Corregedor e diretor de Inteligência da PM de MT avisaram coronéis sobre prisões, diz governador em ofício

corregedor-geral e o diretor de Inteligência da Polícia Militar, coronel Alexandre Corrêa Mendes e tenente-coronel Victor Paulo Fortes Pereira, informaram a secretários de estado sobre a realização de uma operação que poderia resultar na prisão de servidores da Casa Militar. A informação consta em um ofício enviado na sexta-feira (23) pelo governador do estado, Pedro Taques (PSDB), ao presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), desembargador Rui Ramos Ribeiro.

No ofício, o governador afirma que, nesta manhã, os oficiais se dirigiram ao gabinete da Casa Militar e alertaram a três secretários de estado, dizendo a eles para “se prepararem”. Segundo consta no ofício, a informação teria sido passada a eles pelo coronel Jorge Catarino de Moraes, responsável pelo andamento do Inquérito Policial Militar (IPM) que apura a existência de uma central clandestina de interceptações telefônicas na PM.

De acordo com o corregedor e o diretor de Inteligência da PM, seria realizada uma operação para cumprimento de mandados de busca e apreensão e possíveis cumprimentos de mandados de prisão cujos alvos seriam a Casa Militar e endereços residenciais de servidores do órgão. A operação estaria aguardando apenas uma autorização do TJMT para ser deflagrada.

"Dessa feita, por não compactuar com vazamento de informações sigilosas, quebra de segredo de justiça e cometimento de crimes, pois, no mínimo, em tese, o corregedor e o oficial cometeram os delitos de quebra de sigilo de informações, comunico a Vossa Excelência tais fatos para as providências de mister", afirmou Taques, no ofício.

Por meio de nota, o governo do estado e o Tribunal de Justiça confirmaram o envio do ofício. Segundo o desembargador Rui Ramos, ao tomar ciência da situação, encaminhou o documento ao comandante da Polícia Militar, coronel Jorge Luiz Magalhães, ao coronel responsável pelo IPM, à Corregedoria-Geral da PM e ao desembargador Orlando Almeida Perri, responsável no TJ pela investigação sobre os grampos clandestinos, para que as providências fossem tomadas. O caso está sob segredo de Justiça.

Esse vazamento de informação pelos militares causou a troca do comando da Polícia Militar. O anúncio foi feito nesta sexta-feira pelo governo do estado. O cargo será ocupado, a partir de segunda-feira (26), pelo coronel Marcos Cunha, que atualmente é secretário-adjunto de Segurança Pública.

 

Central clandestina

 

Em depoimento à Corregedoria da PM, a sargento da Polícia Militar Andrea Pereira de Moura Cardoso, confirmou a existência de uma central de interceptações fora do Comando Geral da PM e disse ter executado o serviço para cumprir ordens dos seus superiores e citou os nomes dos coroneis Zaqueu Barbosa, ex-comandante da PM, e Airton Siqueira, atual secretário estadual de Justiça e Direitos Humanos.

No início, as escutas eram feitas em um apartamento no Centro de Cuiabá, nas proximidades do Museu da Caixa D'Água Velha. O local tinha dois quartos que eram usados pelos PMs para os trabalhos. No cômodo em que Andrea ficava havia dois computadores, fones de ouvido e um aparelho que parecia ser uma CPU grande, segundo a policial. No outro quarto, com armários e cerca de 15 aparelhos celulares ligados a um computador, quem ficava era o cabo Gerson Ferreira, que também está preso há um mês.

 

 

 

 

 

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Parmenas Alt
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