Os três senadores acusados pela CPI dos Sanguessugas de envolvimento com a Máfia das Ambulâncias sairão ilesos do Conselho de Ética. A previsão da pizza, de acordo com parlamentares, leva em conta não apenas o corporativismo existente no Senado, mas sobretudo a convicção de que a decisão do governo e do PMDB de encampar a defesa do senador Ney Suassuna (PMDB-PB) favorecerá os outros dois parlamentares: a petista mato-grossense Serys Marly Slhessarenko e Magno Malta (PL-ES).
Não sem motivo, já que as acusações contra Suassuna – cujo assessor Marcelo Carvalho foi preso em maio, na operação da polícia Federal contra o esquema -, são mais consistentes. Se o conselho não endossar a denúncia, o processo é automaticamente arquivado, sem passar pelos aval dos demais senadores no plenário.
Para Romeu Tuma (PFL-SP), os indícios contra ele “são fortes”. Tuma reconhece que, inocentado Suassuna, não haverá clima para condenar os outros 2 parlamentares. O parecer do relator do processo contra Suassuna, Jefferson Péres (PDT-AM), recomenda a cassação, “por haver negligenciado as obrigações e encargos inerentes ao seu cargo de senador, especialmente no que se refere ao zelo com a coisa pública, bem como abusado das prerrogativas constitucionais dos parlamentares”.
Sua votação está prevista para o dia 8 de novembro. E, ao julgar pela reação dos colegas, será rejeitado até mesmo por senadores da oposição. Eles alegam que, a derrota dele na tentativa de se reeleger para mais um mandato, já valeu como punição.
Suassuna acusa Péres de “representar a palmatória do mundo” e de acusá-lo sem provas. O relator aponta contra ele a “inteira liberdade” com que Marcelo agia em seu nome na apresentação de emendas para comprar ambulâncias superfaturadas. Pesa ainda contra o senador o fato de não atacar o assessor – que afirma tê-lo traído -, além de manter sua irmã empregada no gabinete. Os três parlamentares foram acusados pelos donos da Planam e chefes do esquema Luiz Antonio e Darci Vedoin. Serys e Magno Malta pecam nas defesas ao apresentar argumentos contestados por depoimentos e por fatos. Logo que seu nome foi citado, por exemplo, a senadora negou ter apresentado emendas para comprar ambulâncias.
O mapeamento feito pelo Ministério da Saúde provou o contrário. A senadora tampouco atendeu à sugestão da família Vedoin de pedir a seu genro Paulo Roberto que abra seu sigilo bancário. Eles disseram terem entregue a Paulo R$ 35 mil em dinheiro, em nome da senadora, para pagamento de despesas da campanha, em troca da apresentação de emendas. O genro diz que recebeu deles R$ 37,2 mil como pagamento pelo fornecimento de material hospitalar.
fonte: mto