Vítor Pereira, que teve oito dias para preparar a equipe para a estreia na Libertadores, repassou a culpa da derrota para o Always Ready, em La Paz, por 2 a 0: ‘O time não reage’
Pela primeira vez na história, o clube perdeu para um clube boliviano na Libertadores. E, ontem, na estreia na competição mais aguardada pela diretoria, pelo lado financeiro, o time de Vítor Pereira jogou mal demais contra o Always Ready.
Foi assustadora a maneira com que a equipe perdeu por 2 a 0. Foi muito além da altitude de 3.600 m. O grupo não teve a mínima intensidade, vibração, conjunto. Mesmo com Vítor Pereira tendo oito dias para treinar, depois da eliminação do Campeonato Paulista, derrotado pelo São Paulo, o Corinthians não melhorou. Pelo contrário, piorou.
As quatro substituições, em relação à semifinal do Paulista, fracassaram. De nada adiantou saírem Roger Guedes, Giuliano, Lucas Píton, por decisão técnica. E Fagner, contundido.
Jô, Adson, Fábio Santos e João Pedro foram muito mal. Aliás, o lateral cometeu pênalti infantil, aos sete minutos do primeiro tempo, em Jorge Flores. Riquelme bateu com convicção, e no alto, no canto esquerdo de Cássio, que ainda saltou, mas não conseguiu defender.
Estava claro que Paulinho, 33 anos, Renato Augusto, 34 anos, e Willian, 33 anos, sentiram demais a partida acontecer na altitude. O fraco condicionamento físico do trio era evidente. O Corinthians também tinha uma equipe espaçada. Que detinha a posse de bola, mas dava toda a tranquilidade para o time boliviano articular suas jogadas.
Com jogadores fundamentais muito abaixo fisicamente, a derrota se consolidou no segundo tempo, quando Vítor Pereira colocou Maycon no time. E deslocou Du Queiroz para a lateral. E foi em cima do volante improvisado que, logo aos 20 segundos do segundo tempo, Riquelme teve toda a tranquilidade para servir Ramallo entrando livre às costas de Du Queiroz. O atacante apenas desviou de Cassio. 2 a 0, Always Ready.
O gol abateu o Corinthians. De nada adiantou começar o segundo tempo com Roger Guedes no lugar de Adson. O time não reagiu. Pelo contrário. Burocrático, lento, abatido. Aceitando a derrota. Há muito tempo o Corinthians não atuava tão mal.
“O que mais me incomoda nesse jogo foi a forma que sofremos os dois gols e, depois, a forma como reagimos ao segundo gol.”
“Temos que manter o equilíbrio. O que me deixa desgostoso é a nossa incapacidade de reagir emocionalmente e taticamente”, dizia Vítor Pereira, repassando a culpa aos jogadores por mais esse fracasso.
“Temos que ser mais agressivos, reagir, temos que passar uma imagem diferente da que passamos”, insistia o treinador, após a partida.
Mas foi Vítor Pereira quem montou a equipe. Decidiu fazer as três trocas depois da eliminação da final do Paulista, para o São Paulo. A quarta foi obrigatória. E o português conseguiu piorar o time.
Ele não assumiu que taticamente foi muito pior do que o time boliviano, comandado por Eduardo Villegas.
A derrota deixa o Corinthians em uma situação incômoda, de risco, logo após a primeira rodada da fase de grupos da Libertadores. O clube já se vê obrigado a vencer o Deportivo Cali, na próxima quarta-feira (13), em Itaquera. Os colombianos derrotaram o Boca Juniors, também por 2 a 0. E lideram o grupo E, ao lado do Always Ready.
Vítor Pereira é o primeiro estrangeiro a comandar o Corinthians na Libertadores. E ele precisa melhorar dramaticamente o seu desempenho.
Em sete partidas foram quatro derrotas, duas vitórias e um empate.
E o time está piorando.
Em La Paz, o time foi péssimo.
Só que Vítor Pereira repassou a culpa para os jogadores.
O que costuma ser péssimo para o ambiente…
R7