O técnico Emerson Leão insiste em falar em futebol de resultados. Mas os jogadores do Corinthians se cansaram de jogos sofridos, com placares apertados, passando sufoco nos minutos finais. Hoje, diante do Vasco, às 22 horas, no Pacaembu, prometem nova realidade. Será o quarto encontro entre as equipes no ano, terceiro em dez dias. Até agora, os paulistas venceram todos. “No ano passado tínhamos o melhor ataque e nossa defesa era criticada. Hoje, nossa zaga é melhor e sofremos para fazer um golzinho e depois ficamos torcendo desesperadamente para o árbitro acabar com o jogo logo”, ressalta o meia Roger. “Quando a gente faz três, quatro, tomamos dois, três, por isso o Corinthians é tão apaixonante. Mas estamos torcendo para que isso acabe, chega de sadomasoquismo.”
As últimas quatro vitórias do Corinthians no Brasileiro foram por 1 a 0. E com finais eletrizantes, sofrendo bolas na trave ou raspando nela, zagueiro tirando em cima da linha. Dos nove triunfos na competição, já tinha vencido três vezes por 2 a 1, uma por 4 a 2 e outra por 3 a 0. A campanha lembra a do primeiro título nacional, em 1990. Na época, foram 12 vitórias, seis por 1 a 0, cinco por 2 a 1 e apenas uma com diferença de dois gols: 3 a 1 no Atlético-MG. O ordem era cavar falta para o meia Neto e torcer para não levar gol.
Hoje, a diferença é que o Corinthians não almeja o título. Visa, contudo, à Libertadores. Vencer, mesmo que sofrido, é importante. Mas acabar com o saldo negativo de sete gols, bem mais ainda.
Roger aponta dois motivos para explicar a falta de resultados expressivos: a fase crítica pela qual o Corinthians passou – foi lanterna em algumas rodadas – e a luta para afastar de vez o fantasma do rebaixamento. “A ansiedade de deixar essa situação ruim prejudica na hora de finalizar.”
Roger sabe que um bom triunfo diante dos cariocas será importante para manter o clima alegre e contagiante no elenco. “Quando a gente vence, nada de ruim aparece, tudo é escondido. E ficaremos mais próximos da zona de classificação para a Libertadores”, observa.
O Vasco virou o principal alvo corintiano. Na quinta colocação do Campeonato Brasileiro, seis pontos à frente dos corintianos, o rival seria hoje o último classificado para a Libertadores, a meta traçada por Leão. “Viso me aproximar do São Paulo, pois aí sim ficaríamos bem perto da Libertadores”, brinca Leão, ao falar do líder da competição. “Mas o Vasco realmente é nosso principal adversário na atualidade.”