Pyongyang vê as manobras dos norte-americanos e de Seul como um treino para invasão; lançamento foi realizado enquanto presidente da Coreia do Sul defendia negociações entre os dois países
A Coreia do Norte disparou dois mísseis de cruzeiro nesta quarta-feira, 17, informou o ministério sul-coreano da Defesa. “Esta manhã detectamos que a Coreia do Norte disparou dois mísseis de cruzeiro em direção ao mar do Oeste (mar Amarelo) a partir de Onchon, na província de Pyongan do Sul”, afirmou uma fonte do ministério. Esse é o primeiro teste em semanas. “As autoridades militares dos Estados Unidos e da Coreia do Sul estão analisando os detalhes, como a distância de voo”, acrescentou. A últimas vez que a Coreia do Norte testou mísseis de cruzeiro foi em janeiro, de acordo com a agência sul-coreano de notícias Yonhap. O teste de armas anterior do país havia acontecido em 10 de julho, quando o regime norte-coreano utilizou o que pareciam vários lança-foguetes. O lançamento acontece um dia após os Estados Unidos testarem um míssil intercontinental com capacidade nuclear que pode viajar a 24 mil km/h – teste que tinha sido adiado duas vezes para evitar aumentar o conflito na Ucrânia e com a China. Este tipo de manobra irrita Pyongyang, que as considera um treino para uma invasão.
De acordo com a agência de notícias Yanhap, o lançamento dos mísseis foi realizado enquanto o presidente Yoon Suk-yeol realizava uma entrevista coletiva para marcar o 100º dia desde que assumiu o cargo e defendia a negociação entre os dois países. “Qualquer diálogo entre os líderes do Sul e do Norte, ou negociações entre autoridades de nível de trabalho, não devem ser um espetáculo político, mas contribuir para estabelecer uma paz substantiva na península coreana e no nordeste da Ásia”, disse. Yoon repetiu sua disposição de fornecer ajuda econômica em fases à Coreia do Norte se ela acabar com o desenvolvimento de armas nucleares e começar a desnuclearização, observando que ele tem pedido um diálogo com Pyongyang desde sua campanha. As negociações de desnuclearização pararam em 2019 e a Coreia do Norte disse que não abrirá mão de sua autodefesa, embora tenha pedido o fim das sanções.
*Com informações da AFP-JovemPan