Elas operam sob o princípio da ajuda mútua e solidariedade, oferecendo taxas e tarifas justas, além de uma variedade de serviços financeiros adaptados às necessidades de cada associado
Por João Spenthof*
No cenário econômico contemporâneo, em que o lucro muitas vezes é colocado acima do bem-estar coletivo, consolida-se um modelo alternativo que visa promover não apenas o sucesso financeiro, mas também o desenvolvimento social e regional: as cooperativas financeiras. Essas instituições têm desempenhado um papel crucial no progresso do país, com uma abordagem centrada nas necessidades dos associados e na construção de uma sociedade mais próspera para todos.
Diferentemente das instituições tradicionais, cujo principal objetivo é maximizar os lucros para seus acionistas, as cooperativas financeiras estão focadas no bem-estar de seus integrantes. Elas operam sob o princípio da ajuda mútua e solidariedade, oferecendo taxas e tarifas justas, além de uma variedade de serviços financeiros adaptados às necessidades de cada associado.
Atualmente, as cooperativas financeiras já contam com mais de 19 milhões de associados em todo o país, o que é uma prova do crescente reconhecimento e confiança depositados nesse modelo colaborativo. Sua rede de atendimento, com 9.679 agências, é a maior do Brasil, e continua a se expandir, em contraste com o fechamento de mais de 3 mil agências bancárias nos últimos cinco anos.
Um aspecto especialmente louvável das cooperativas financeiras é o seu compromisso com o emprego, geração de renda e o crescimento econômico. Enquanto os bancos estão demitindo funcionários, as cooperativas estão orgulhosamente contratando, ultrapassando a marca de 130.000 colaboradores em todo o país. Esse investimento fortalece a economia local, cria oportunidades de trabalho importantes em comunidades onde são mais necessárias.
Além disso, as cooperativas financeiras desempenham um papel fundamental no desenvolvimento regional. Com ativos que ultrapassam R$ 900 bilhões, essas instituições financeiras estão entre as maiores do país e têm presença em 3.176 municípios brasileiros, contribuindo para o crescimento do PIB, a geração de empregos formais e a criação de novas empresas em regiões anteriormente negligenciadas, invisíveis aos olhos dos investidores.
No entanto, há ainda um vasto potencial a ser explorado. Mais de 2.000 municípios carecem da presença de cooperativas financeiras, representando uma oportunidade significativa para expandir os benefícios desse modelo de negócio. A inclusão financeira dessas comunidades pode ser alcançada por meio da abertura de agências físicas, e pela maximização dos canais digitais, tornando os serviços financeiros mais acessíveis a todos os brasileiros, de Norte a Sul, de Leste a Oeste.
Estudos realizados pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) destacam os inúmeros benefícios trazidos pela presença das cooperativas financeiras nos municípios, incluindo o aumento da produção, da renda e da qualidade de vida. Em última análise, o modelo cooperativo promove o sucesso financeiro individual, contribui para a prosperidade coletiva, construindo um futuro mais equitativo para a nossa sociedade brasileira.
À medida que seguimos e avançamos em direção a esse objetivo, é importante reconhecer o papel vital das cooperativas financeiras no cumprimento de seu propósito: de construir uma sociedade mais próspera e inclusiva. Seja pelo apoio aos seus integrantes, pelo investimento nas comunidades locais ou fomento ao crescimento econômico. Essas instituições são uma fonte inspiradora de esperança e progresso para o Brasil.
*João Spenthof é presidente da Central Sicredi Centro Norte e vice-presidente da OCB/MT (Organização das Cooperativas Brasileiras no Estado de Mato Grosso).