Por conta das convenções partidárias e festas juninas do Nordeste, o Congresso Nacional ficará esvaziado nesta semana, período chamado de recesso branco.
Os deputados apelaram ao presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), para evitar sessões deliberativas (com votações) na Casa. Mas o petista disse que vai insistir com a pauta e exigir a presença dos parlamentares no plenário.
“Caberá a cada parlamentar fazer a sua escolha. Vou alertá-los informando que vai haver pauta. Haverá agenda normalmente”, disse Chinaglia. “Respeitamos as tradições, mas temos de trabalhar”, reiterou.
O presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), por sua vez, decidiu, em acordo com os líderes partidários, que a semana será de recesso branco na Casa.
A pedido dos senadores, ele não vai realizar sessões deliberativas nem promover debates acalorados.
“Os líderes chegaram à conclusão que teríamos dificuldades de quórum. As convenções são feitas, em sua maioria, entre os dias 27 e 30 de junho e tem ainda coincidência das festas juninas”, disse o presidente do Senado.
Mas o próprio Garibaldi reconhece que a decisão de estabelecer o recesso branco pode afetar negativamente a imagem do Senado. Porém, disse que como “bom nordestino” tem de compreender a importância que é para as tradições de sua região a realização de festas juninas.
Trancada
A pauta de votações da Câmara já começa a semana trancada por duas MPs (medidas provisórias) e ainda há um destaque da CSS (Contribuição Social para a Saúde). Este destaque é considerado um dos mais importantes porque trata da base de cálculo do novo imposto. Se o destaque for aprovado, o projeto que cria a contribuição sofre alterações.
Para evitar o risco de rejeição, os governistas tentarão impedir que o destaque da CSS seja colocado na pauta de votações desta semana. Na prática, o esforço dos aliados será para votar este item apenas depois das convenções partidárias, o que inibiria as ameaças às alianças e negociações para as eleições de outubro.
F.on.L