Titan tem cerca de 40 horas de ‘ar respirável’; embarcação usava a tecnologia de satélite Starlink, empresa de Elon Musk
Operado por um controle que lembra o de um videogame, o ‘Titan’, nome do submersível que está desaparecido no Oceano Atlântico desde segunda-feira, 19, foi projetado para levar até cinco pessoas aos destroços do Titanic. Ele pesa 10.432 kg, é feito de fibra de carbono de titânio, pode atingir a profundidade de até 4.000 metros e é movido por quatro propulsores elétricos. O submersível tem 6,7 m de comprimento, 2,8 m de largura, 2,5 m de altura e até 96 horas de suporte de vida disponível para uma tribulação de cinco pessoas, o que significa que ainda há cerca de 40 horas de ar respirável para os tripulantes – a previsão é que o oxigênio acabe quinta pela manhã. O submersível, que perdeu contato uma hora e 45 minutos após o mergulho, pode chegar a uma velocidade de até 5,5 km/h.
De acordo com a empresa responsável pelo veículo, a OceanGate, esse modelo é mais leve e econômico que qualquer outra embarcação do tipo e tem uma característica única: Monitoramento da Saúde do Casco em Tempo Real (RTM), que fornece um recurso de segurança incomparável que avalia a integridade do casco durante cada mergulho, segundo o site da empresa. “O Titan é o único submersível tripulado a empregar um sistema integrado de monitoramento de saúde em tempo real. Utilizando sensores acústicos colocalizados e medidores de tensão em todo o limite de pressão, o sistema RTM permite analisar os efeitos da mudança de pressão na embarcação à medida que o submersível mergulha mais fundo e avaliar com precisão a integridade da estrutura”, diz a empresa.
Um vídeo gravado pelo canal CBC de Newfoundland, publicado há cerca de dez meses, mostra detalhes da embarcação. Sua operação é realizada a partir de três telas – uma com as informações da navegação, outra voltada para o sonar e uma tela maior, ao fundo, em que imagens são exibidas para os passageiros -, apenas um botão, que muda de vermelho para verde – e vice e versa – quando é acionado, um banheiro improvisado e uma única vista direta para o oceano. “Este é o único toalete disponível durante o mergulho profundo. É o melhor lugar da casa, em que você pode olhar pela janela de visualização. Colocamos uma tela de privacidade, aumentamos a música e faz sucesso”, disse Stockton Rush, CEO da empresa OceanGate, que comparou a embarcação com um elevador. “Não exige muita habilidade para conduzi-lo”, declarou na ocasião. O controle usado na operação é o Ligitech F710, segundo o site ‘Mirror’, uma peça lançada em 2011 e encontrada por 42 libras (R$ 250 na cotação atual). O jornal britânico ‘The Guardian’ informou que o Titan usa a tecnologia de satélite Starlink, de Elon Musk, para se comunicar. “O naufrágio do Titanic fica a cerca de 400 milhas da costa de Newfoundland. Sem nenhuma torre de celular no meio do oceano, contamos com Starlink para fornecer as comunicações necessárias durante a Expedição Titanic 2023 deste ano”, escreveu a empresa no Twitter na semana passada.
O que pode ter acontecido com o Titan?
Segundo especialista, na melhor das hipóteses, o Titan perdeu a capacidade de comunicação ou ficou sem energia. Nesse caso, seu sistema de emergência o lançaria automaticamente até a superfície, o que permite a localização da nave. O segundo cenário é que o submarino desceu até o fundo do mar intacto. Encontrar e resgatar o Titan nesse caso seria extremamente complicado. De acordo com Williams, há veículos de resgate capazes de descer até 6.000 metros de profundidade, mas leva tempo para transportá-los até o local do desaparecimento e depois ao fundo do mar. O pior cenário seria um incêndio ou algum tipo de acidente que afetou a pressão interna do veículo. Isso seria “uma falha catastrófica a esse nível de profundidade”, disse.
JovemPan