Na primeira rodada de oitivas realizada na Câmara Municipal de Cuiabá, consumidores convocados pela Comissão Especial que investiga a
existência da “Máfia da Seca” na Companhia de Saneamento da Capital (Senecap) afirmaram que foram obrigados a pagar propina pedida por
servidores da autarquia para receber serviços ou impedir o corte de água.
Deacordo com o depoimento das munícipes Nilene Duarte e Regiane Oliveira, servidores da Sanecap estariam exigindo propina de valores que entre R$ 80 e R$ 150.
Primeira pessoa a depor, Nilene contou que por ter uma dívida de R$ 7 mil junto a Sanecap, costumeiramente recebe servidores com ordens para efetuar o corte de água para sua matrícula. Segundo ela, todas as vezes os servidores
pediram propina de R$ 100 para evitar o corte. A munícipe revelou também que foi orientada por um servidor a comprar um aparelho de Cata Vento com marca e empresa indicada pela própria Sanecap, e ainda teve que pagar R$ 80 para que o servidor, uniformizado, instalasse-o.
A consumidora Regiane Oliveira garantiu que foi obrigada a pagar R$ 150 diretamente a um servidor da autarquia para a instalação de um hidrômetro em sua casa, um serviço que é de obrigação da Companhia. O presidente do bairro
Serra Dourada, Carlos leite, não compareceu para depor sobre as acusações de que ele teria há mais de três anos uma chave para abrir e fechar os registros no seu bairro. O mesmo será reconvocado.