O plenário do Conselho de Ética do Senado Federal decidiu hoje, por 10 votos a 5, que a votação do relatório do processo contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) será aberta. Mas adiou para a próxima quarta-feira a votação do relatório do processo contra o presidente do Senado, acusado de quebra de decoro por receber recursos da Mendes Júnior para pagar despesas pessoais –como pensão à jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha.
O senador Wellington Salgado (PMDB-MG) pediu vista ao relatório e foi atendido pelo presidente do conselho, Leomar Quintanilha –que autorizou o adiamento da votação até quarta-feira.
Além de Salgado, o senador Gilvam Borges (PMDB-AP) também pediu vista ao relatório dos senadores Renato Casagrande (PSB-ES) e Marisa Serrano (PSDB-MS), o que adiou a votação.
Lula Marques / Folha Imagem
Relatores do caso Renan dizem que existem oito motivos para ele perder o mandato
Aliados Renan argumentaram que precisam estudar melhor o texto apresentado pelos relatores para se manifestarem sobre o parecer. A Folha Online apurou, no entanto, que os peemedebistas deflagraram estratégia para que Renan possam ganhar tempo na tentativa de ser absolvido no Conselho de Ética.
Ciente dos argumentos dos relatores em favor de sua cassação, o presidente do Senado vai tentar reverter a decisão de parlamentares que já declararam ser favoráveis ao relatório de Serrano e Casagrande. No texto, os dois relatores apontam oito razões para que Renan perca o mandato por quebra de decoro parlamentar.
Voto aberto
Quintanilha (PMDB-TO) decidiu submeter a decisão sobre o voto aberto ao plenário do órgão diante do impasse entre o PMDB e a oposição pela sistemática de votação do caso Renan. O presidente do Conselho de Ética declarou voto favorável à votação secreta e chegou a indeferir requerimento da oposição em defesa do voto aberto.
Pressionado por senadores do DEM e do PSDB –que apresentaram recurso contra a decisão de Quintanilha ao plenário– o presidente do conselho acabou por submeter a decisão final ao plenário.
“O voto secreto é amparado por normas constitucionais. Eu mantenho essa decisão, mas sei que ao meu voto cabe recurso. Eu entendo que não tínhamos que estar discutindo isso, mas decidi submeter ao plenário o recurso”, disse Quintanilha.
FO