Inoperante pouco antes de a presidente Dilma Rousseff terminar seu primeiro mandato, o "Conselhão" ou Cades (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social) foi uma das principais pautas da reunião entre a chefe do Executivo e o vice-presidente Michel Temer na última quarta-feira (20).
A Pedido de Temer, que teria dito que o Planalto precisa sinalizar para diversos setores que está tentando debelar a crise econômica, a inflação e o desemprego, a presidente Dilma marcou para a próxima quinta-feira (28) uma reunião para a retomada do Conselhão, criado em maio de 2003 pelo ex-presidente Lula
Diante das atuais circunstâncias, algumas mudanças serão realizadas na composição do Cades. Saem nomes envolvidos em investigações da Polícia Federal, como o empreiteiro Marcelo Odebrecht e o pecuarista José Carlos Bumlai, ambos na Lava Jato, e entra Jorge Paulo Lemann, o homem mais rico do Brasil.
Ainda do mundo empresarial, foram convidados Luiza Trajano (Magazine Luiza), José Roberto Ermírio de Moraes (Votorantim), Abílio Diniz (BRF), Benjamin Steinbruch (CSN), Josué Gomes da Silva (Coteminas), Murilo Ferreira (Vale) e os banqueiros Luiz Carlos Trabuco (Bradesco) e Roberto Setúbal (Itaú).
Fora do setor empresarial, foram convidados o ator Wagner Moura, que é embaixador mundial da Organização Internacional do Trabalho (OIT) para a luta contra o trabalho escravo, o jornalista e escritor Fernando Morais, a presidente da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (Fenatrad), Creuza Oliveira, o sindicalista Miguel Torres, ex-presidente da Força Sindical, os presidentes da CUT, Vagner Freitas, e da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), Adilson Araújo.
Interlocutores do Palácio do Planalto antecipam que a presidente tentará chegar a um consenso com os participantes sobre formas de superar a crise sem que o ajuste fiscal perca importância como pauta do governo no início do calendário do Congresso Nacional. O retorno da CPMF e a reforma da Previdência também devem entrar na pauta. Espera-se, no entanto, que Dilma ouça antes os diferentes setores para só então anunciar as medidas do governo.
JornaldoBrasil