A estimativa de desmatamento na Amazônia para o período 2003-2004 ficou em 26.130 km2, o que representa um crescimento de 6,23% em relação ao anterior. É o segundo maior número desde que o monitoramento começou a ser feito, em 1988, ficando atrás apenas do período 1994-1995, quando foram devastados 29.059 km2.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou dados através de dez mapas que apontam as queimadas, o crescimento da indústria madeireira, o avanço de rodovias e estradas, além do aumento populacional como fatores primordiais para o desmatamento na Amazônia.
Rondônia, que há menos de 30 anos possuía aproximadamente 2% de sua área desmatada, passou a apresentar 28,5%, sendo o estado mais afetado na região da Amazônia Legal, que engloba todos os estados abrangidos pela floresta no território brasileiro. O estudo revela ainda que o Pará é o maior detentor de desmatamento em termos absolutos.
Guido Gelli, coordenador de geociências do IBGE, explicou que, através das informações, será possível localizar as áreas frágeis onde podem ser realizados trabalhos de recuperação.
– Os mapas retratam diversos setores. Com essa rica base de dados é possível, por exemplo, mudar o nome de arco do desmatamento para arco de reflorestamento – acrescentou Gelli.
A ministra do meio ambiente, Marina Silva, classificou o último aumento da área desflorestada de “indesejável” e citou o crescimento econômico como um dos fatores que ajudam a impulsionar o problema. Ela afirmou que medidas do Plano de Controle e Prevenção ao Desmatamento, adotado no ano passado, ainda não começaram a ser percebidas integralmente e ressaltou estar havendo uma maior apreensão de madeira ilegal em operações conjuntas feitas pelas bases de operação do Ibama em conjunto com Polícia Federal, Rodoviária, Exército e Ministério do Trabalho.
– Um orçamento de R$ 390 milhões foi previsto até 2007 e já conseguiu reduzir a área de desmatamento a partir da sua implementação para 52% – garantiu a ministra.
FU