Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) apontam que um em cada quatro novos casos de tumor são diagnosticados na pele; saiba mais
Apesar do sol ainda estar tímido, dezembro é o mês de atenção ao câncer de pele. De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), um em cada quatro novos casos de tumor são diagnosticados na pele. Por isso, a Sociedade Brasileira de Dermatologia lançou a campanha Dezembro Laranja.
“O Brasil é um país tropical com alta incidência solar durante todo ano. Com a chegada do verão (que começa dia 21) e das altas temperaturas, todos nós devemos redobrar os cuidados com a pele”, alerta Elimar Gomes, Coordenador do Dezembro Laranja.
É importante ressaltar que tanto a exposição solar crônica diária, ou seja, pequena quantidade de sol nas áreas expostas ao longo da vida, quanto episódios de exposição solar intensa e desprotegida, que levam a queimaduras, são fatores de risco para o câncer de pele .
“De um modo geral, as pessoas mais velhas têm uma tendência maior a desenvolver o câncer. A grande questão é que eles vêm de uma geração aonde o protetor solar não existia. Então, não é cultural para o idoso se proteger”, diz a geriatra Roberta França.
O tempo de exposição ao sol não é o único fator que contribui para o câncer: a cor da pele também conta. “Pessoas de pele clara, olhos claros, albinos ou sensíveis à ação dos raios solares, assim como aqueles com histórico pessoal ou familiar deste câncer são as mais suscetíveis a desenvolver tumores”, alerta a oncologista Sabina Aleixo.
A melhor maneira de prevenir o câncer de pele é usando protetor solar diariamente — mesmo que o dia esteja nublado. Em praias e piscinas, a recomendação é sempre reaplicar o filtro solar a cada duas horas. Métodos de barreira, como uso de óculos escuros e chapéus, também são indicados. Além destas ações, recomenda-se ir anualmente ao dermatologista.
“O diagnóstico precoce é importante. Quanto mais cedo o tratamento, mais chances de evitar mutilações e cicatrizes grandes”, orienta Caroline Brandão, da diretoria da Sociedade Brasileira de Dermatologia Regional Rio de Janeiro.
Reconheça os sinais de cada tipo de câncer
Com diferentes tipos de câncer de pele, Gomes explica cada um deles:
Melanoma
É originário dos melanócitos, as células que produzem melanina e dão cor à nossa pele. Por este motivo, na grande maioria das vezes, o melanoma se apresenta como uma pinta irregular. O melanoma tem crescimento progressivo. Sendo assim, essa pinta chama cada vez mais a atenção, mudando de formato, coloração ou relevo.
As pessoas de pele clara, com muitas pintas, com outros casos na família ou que tiveram episódios de queimadura solar tem o maior risco de desenvolver um melanoma. Quanto mais cedo o câncer melanoma for diagnosticado e tratado, maior a probabilidade do tratamento dar certo
Carcinoma Espinocelular
Corresponde a 20% dos casos de câncer de pele e pode se apresentar como uma lesão avermelhada verrucosa ou uma ferida que não cicatriza. Tem crescimento progressivo, algumas vezes rápido, pode ficar doloroso, endurecido ou ter sangramento fácil.
O principal fator de risco é a exposição solar crônica diária, ou seja, o efeito cumulativo do sol nas áreas expostas ao longo da vida. Sendo assim, é mais comum em idosos, principalmente homens, no rosto, orelhas, lábios e pescoço. Também ocorrem mais facilmente sobre cicatrizes, queimaduras ou regiões tratadas por radioterapia e em indivíduos imunossuprimidos
Carcinoma Basocelular
O carcinoma basocelular (CBC) corresponde a 70% dos casos de câncer de pele. Isso significa mais de 120.000 casos novos a cada ano no Brasil. Existem três subtipos principais: o CBC superficial, que se apresenta com manchas avermelhadas, sem sintomas, que podem sangrar facilmente; o CBC nodular, que são lesões elevadas, brancas ou peroladas com pequenos vasos sanguíneos bem visíveis; e o CBC infiltrativo, que pode formar feridas ou lesões semelhantes a pequenas cicatrizes sem história de trauma.
As lesões também podem ser pigmentadas, com áreas azuladas, acinzentadas ou enegrecidas. Acontece principalmente após os 50 anos e é mais comum nas áreas da pele exposta ao sol diariamente, mas também nas áreas cobertas com histórico de queimadura solar.
Se diagnosticado precocemente e tratado corretamente, o carcinoma basocelular pode ser facilmente curado, mas quando esse tipo de câncer de pele é negligenciado, pode provocar grande destruição local e, raramente, até provocar metástases.
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