domingo, 22/12/2024
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Conheça os riscos de praticar a auto-hemoterapia

Eutanásia, aborto e terapia ortomolecular são alguns dos assuntos que geram polêmica em torno da saúde. Entretanto, eles não são os únicos. Nas últimas semanas, um novo tema tem chamado a atenção e até mesmo despertado preocupação entre os médicos. Trata-se da auto-hemoterapia.

A prática da chamada auto-hemoterapia é definida como um recurso terapêutico de baixo custo, simples, que consiste em retirar o sangue de uma veia e aplicar no músculo da própria pessoa da qual o sangue foi retirado, estimulando assim o Sistema Retículo-Endotelial.

O tratamento que vem sendo apresentado por meio de vídeos em várias cidades brasileiras não foi reconhecido como prática legal pela Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia (SBHH).

Segundo Carlos Chiattone, presidente da Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia e professor de Hematologia da Santa Casa de São Paulo, a principal questão que deve ser levada em conta não é o fato de as pessoas serem a favor da auto-hemoterapia ou contra ela e, sim, a falta de fatos científicos.

“Não existem estudos que comprovem a efetividade do procedimento, como também não há fatos que indiquem riscos ou não. O problema é que o tratamento tem sido sugerido como um medicamento para todas as doenças, o que não pode ser correto por se tratar de diagnósticos diferentes”, afirma Chiattone.

A SBHH, frente a inúmeros questionamentos recebidos, tanto por parte de profissionais médicos como não médicos, esclareceu em nota à imprensa que não reconhece a prática do ponto de vista científico.

Ainda segundo a SBHH, por não existirem informações científicas sobre o referido procedimento, são desconhecidos os possíveis efeitos colaterais e complicações desta prática, podendo colocar em risco a saúde dos pacientes a ela submetidos.

Para Chiattone, os pacientes podem correr riscos de infecção do sangue ao entrar em contato com os microorganismos do ar e também causar absessos no local em que foi feita a aplicação.

De acordo com médico hemoterapeuta da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), Luís Henrique Susa Mihara, as pessoas não podem esquecer que todo tratamento deve passar por uma recomendação médica.

“A polêmica em torno da auto-hemoterapia tem sido muito grande. Os pacientes precisam consultar seus médicos. Tratamentos de doenças graves têm sido interrompidos em nome da auto-hemoterapia. É preciso bom senso e cautela”, afirma Mihara.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Anvisa, também publicou, em 13 de abril de 2007, uma nota proibindo aos médicos a utilização de práticas terapêuticas não reconhecidas pela comunidade científica.

O procedimento da auto-hemoterapia pode ser considerada uma infração sanitária, estando sujeita às penalidades e punição de seus responsáveis.

Redação Terra

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
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