Compadre do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dario Morelli Filho, preso na Operação Xeque-Mate, disse em depoimento à Polícia Federal que já sabia da existência de grampo em seu telefone, segundo reportagem publicada nesta segunda-feira pela Folha.
Após receber o aviso, Morelli comunicou o empresário de bingo Nilton Cezar Servo para tomar cuidado com o que falava no telefone, em conversa gravada no dia 16 de maio.
Em seu depoimento, Morelli afirmou ter sido avisado por um suposto anônimo, que teria ligado para seu telefone celular “em data que não soube precisar”. No telefonema, oriundo de um aparelho da região metropolitana de São Paulo, o homem teria dito para Morelli “tomar cuidado”, pois ele estava grampeado.
Operação
A Operação Xeque-Mate da PF prendeu 76 pessoas em 4 de junho. No dia seguinte, a PF anunciou a prisão de mais duas pessoas –Nilton Cézar Servo e seu filho, Victor Servo.
Cézar Servo é investigado por ser dono de máquinas de caça-níqueis em vários Estados e teria ligações com o irmão do presidente, Genival Inácio da Silva, o Vavá.
Vavá foi indiciado por tráfico de influência no Executivo e exploração de prestígio no Judiciário. A PF chegou a pedir a prisão do irmão de Lula, mas a Justiça indeferiu o pedido alegando que o tráfico de influência e a exploração de prestígio não beneficiaram a máfia dos caça-níqueis e que ele não faria parte da quadrilha.
Além de Vavá, Servo também seria ligado ao compadre de Lula, Dario Morelli Filho. Os dois seriam sócios em uma casa de jogos na Baixada Santista.
Na noite de quarta-feira, Hércules Mandetta Neto, irmão do secretário municipal de Saúde de Campo Grande (MS), Luiz Henrique Mandetta, que estava foragido, se apresentou à PF. Na sexta-feira, Ari Silas Portugal, também se entregou.
Com isso, a PF prendeu 80 pessoas na operação. Cinco acusados ainda estão foragidos.
FO