Os preços das commodities já caíram mais de 12% em agosto e tiveram o maior recuo da década. O índice Commodity Research Bureau (CRB), que acompanha a cotação das matérias primas comercializadas em larga escala no mercado mundial nos mercados futuros, fechou sexta-feira em 387,42 pontos, depois de ter atingido 440,7 pontos em julho e 443,8 pontos em junho, o pico da série histórica.
A tendência de queda é visível desde o mês passado. Nos últimos 30 dias, a cotação da soja, por exemplo, caiu 22% no mercado futuro; o milho, 27%; o petróleo, 17%; e o alumínio, 10%. Esse movimento alivia a pressão sobre a inflação neste ano e deve trazer os índices para níveis próximos do centro da meta seguida pelo Banco Central (BC), de 4,5% para 2009, prevêem os economistas.
Dois indicadores divulgados na semana passada reforçam essa tendência. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medida oficial da inflação, encerrou julho em 0,53%, ante 0,74% no mês anterior. A desaceleração foi provocada pela perda de fôlego dos preços dos alimentos, que aumentaram 1,05% em julho, a metade da variação de junho (2,11%). A primeira prévia deste mês do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) apresentou deflação de 0,01%, depois de ter subido 1,55% em julho. Nesse caso, também os alimentos ajudaram a derrubar a inflação tanto no atacado como no varejo.
A desaceleração da inflação estampada nos índices reflete só uma parte do recuo dos preços das commodities, afirma o sócio-diretor da RC Consult, Fábio Silveira. “O maior impacto está por vir.” Segundo ele, a inflação deste ano dificilmente vai superar 6,5% e deve ficar abaixo de 4,5% em 2009 por causa da queda das commodities. “Se alguém tinha dúvida de que o BC traria a inflação de 2009 próximo da meta, agora ela diminuiu”, diz o economista do Banco Real, Fábio Susteras. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
F.online