Na próxima segunda-feira (7), a Comissão Pastoral da Terra (CPT) lançará sua publicação anual “Conflitos no Campo Brasil 2011”. É a 27ª edição do relatório que concentra dados sobre os conflitos, violências sofridas pelos trabalhadores e trabalhadoras rurais e suas comunidades, e pelos povos tradicionais, em todo o país. O relatório elenca também algumas ações dos homens e mulheres do campo na busca e defesa de seus direitos.
O lançamento será feito na Assembleia Legislativa, em Cuiabá, às 14h30. Estarão presentes ao lançamento, o representante da CPT nacional, padre Dirceu Fumagali, representantes da CPT Estadual, do Conselho Indigenista Missionário, do Fórum de Direitos Humanos e da Terra e de diversas outras entidades, como também lideranças de trabalhadores e trabalhadoras rurais do Estado.
Na ocasião, o representante da CPT entregará o relatório oficialmente ao presidente da Comissão de Direitos Humanos da casa e ao presidente da Assembleia Legislativa.
Conflitos no Campo Brasil 2011
O relatório registra 29 trabalhadores rurais assassinados em conflitos no campo no ano de 2011. Um número menor que no ano anterior, quando foram assassinados 34 trabalhadores. Entretanto, houve um aumento no número de trabalhadores e trabalhadoras ameaçadas de morte, de 177,6%. Além disso, os conflitos no campo, em especial os conflitos por terra, tiveram acentuado crescimento.
Conflitos em Mato Grosso
Segundo dados do relatório que será divulgado no próximo dia 7, foram registradas 23 ocorrências de conflitos por terra, sendo 3917 famílias, em 2011. Por esses conflitos, 840 pessoas foram despejadas, 440 casas destruídas e 998 ausências e/ou falhas de políticas públicas foram identificadas. Em 2010, foram 20 conflitos e 2260 famílias envolvidas.
No que diz respeito à violência contra a pessoa e seus direitos, o relatório aponta 50 pessoas. Algumas delas vítimas de ameaça de morte, prisões, tentativa de assassinato ou outros tipos de violência. Para se ter uma ideia, em 2010, foram registradas 2 ameaças de morte e 26 tentativas de assassinato. Já em 2011, houve um aumento e 10 ameaças de morte foram contabilizadas. Houve ainda 1 tentativa de assassinato e 35 Mortes em consequência dos conflitos.
Quanto ao trabalho escravo o relatório mostra 13 áreas de conflito. Foram 109 denúncias e 94 trabalhadores libertos. As cidades que mais apresentaram esses problemas foram Porto dos Gaúchos, com 12 trabalhadores em situação de escravidão em uma fazenda de reflorestamento, e Primavera do Leste, também com 12 trabalhadores escravos, em uma fazenda de cultivo de eucalipto.
Consta ainda no caderno de conflitos da Comissão Pastoral da Terra que, em 2011, ocorreram 54 grandes manifestações, que envolveram 11076 pessoas. O número de ocupações de terra foi de 5, que representaram 800 famílias nessa situação.
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Serviço:
Lançamento do relatório Conflitos no Campo Brasil 2011
Quando: 07 de maio (segunda-feira), a partir das 14h30.
Onde: Assembleia Legislativa, Auditório “Deputado Milton Figueiredo”, Cuiabá.