Uma comissão do Governo Federal vem a Cuiabá ainda esta semana para uma visita ao Hospital Universitário Júlio Müller (HUJM). A comissão, formada por representantes do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (Mpog)
e pelo Ministério da Educação (MEC), quer verificar o que está ocorrendo no hospital escola da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
Desde 4 de janeiro deste ano, estão desativados o Pronto Atendimento Pediátrico, a UTI Neonatal e a Enfermaria Pediátrica do hospital.
A diretoria alega falta de recursos para prestar tais serviços.
Quem informa sobre a vinda da comissão governamental é o presidente da
Associação dos Docentes da UFMT, professor Carlinhos Eilert, que foi a Brasília cobrar a reativação dos setores paralisados, em favor dos usuários do HU. Em audiência ontem à tarde com o secretário de Recursos Humanos do Mpog, Duvanier Ferreira, e a coordenadora Geral de Residências em Saúde do MEC, Jeanne Liliane, Eilert explicou que o HU é o único hospital 100% SUS (Sistema Único de Saúde) de Cuiabá e, portanto, de extrema importância no atendimento à população, sobretudo a mais empobrecida.
Eilert também cobroumais recursos para o HU e a contratação de servidores, via concurso público.
O mesmo foi cobrado pela médica Jeanne.
“As matérias publicadas na imprensa e a pressão política contra o fechamento dos setores pediátricos do HU motivaram a vinda da comissão”, explica Eilert.
Também esteve presente na audiência a coordenadora geral do Sindicato dos
Trabalhadores em Educação da UFMT (Sintuf), Ana Bernadete, que atua como auxiliar de enfermagem no HU desde 1984, data de fundação do hospital
escola. Ela, portanto, conhece bem a dinâmica de lá. Na visão dela, a audiência em Brasília foi produtiva. “Há tempos queríamos a vinda dessa
comissão”. Ana Bernadete avisa que hoje (20.01), às 13h30, haverá uma Assembléia Geral dos funcionários do HU, para repasse de informes à
categoria.
No dia 16 de dezembro de 2009, a Adufmat e o Sintuf entraram, em conjunto, com uma representação no Ministério Público Federal (MPF), pedindo ao órgão que tomasse providências para impedir a desativação dos setores pediátricos do HU, prevista para 4 de janeiro. O procurador Gustavo Nogami, que está elaborando uma ação civil pública, aguarda informações do HU e do MEC, requeridas para embasar a ação.
Durante a audiência em Brasília, o secretário Duvanier ouviu, por 90 minutos, as reivindicações das partes presentes, mas só haverá um posicionamento oficial sobre o HU após o parecer da comissão.
Há, porém, a sinalização de R$ 300 milhões do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para a reestruturação de hospitais universitários, que, como o hospital Júlio Müller, pedem socorro.