A Comissão de verificação dos acordos para solucionar a crise política de Honduras — assinados entre o presidente deposto do país, Manuel Zelaya, e o de fato, Roberto Micheletti– iniciou seu trabalhos nesta terça-feira em Tegucigalpa.
A Comissão é formada pelo ex-presidente chileno Ricardo Lagos e pela secretária de Trabalho dos Estados Unidos, Hilda Solís, como representantes da OEA (Organização dos Estados Americanos); Jorge Reina, indicado por Zelaya; e Arturo Corrales, escolhido por Micheletti.
O grupo de trabalho foi instalado pelo secretário de Assuntos Políticos da OEA, Víctor Rico.
Rico destacou que o acordo está orientado a “resolver a crise política em Honduras iniciada em 28 de junho”, data do golpe de Estado que derrubou Zelaya. Segundo o secretário, “o ponto mais sensível” do acordo assinado na semana passada é a restituição de Zelaya.
Lagos disse que “é preciso superar este momento de polarizações” e que “há um momento no qual é possível evitar o pulo no precipício”.
“Ao incorporar-me a esta comissão, o faço com toda minha vontade de colaborar para que o acordo que foi possível termine com sucesso”, enfatizou o ex-presidente chileno.
“Terminar com sucesso significa buscar uma forma na qual possamos voltar a caminhar rumo a um objetivo comum, no qual existe um entendimento sobre como somos capazes de ordenar uma sociedade, para democraticamente resolver as diferenças que existem em toda sociedade”, disse.
“Para avançar neste processo, também temos que ser capazes de avançar em como ordenamos este acordo, este acordo que os senhores alcançaram e que a nós corresponde apenas verificar como somos capazes de avançar”, acrescentou Lagos.
EUA
Hilda Solís expressou que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e sua secretária de Estado, Hillary Clinton, assim como muitos outros integrantes do governo americano veem a questão de Honduras “como uma prioridade”.
A secretária acrescentou que a Administração Obama está disposta a “dar qualquer ajuda” que puder a Honduras.
“Espero que no dia 5 de novembro possamos ter um plano e algumas pessoas nomeadas para representar o governo de unidade” que deverá ser instaurado conforme o Acordo Tegucigalpa-San José, ressaltou Solís.
Justiça
Também hoje, o conselho de direção do Congresso de Honduras decidiu que a Procuradoria e a Suprema Corte de Justiça “darão sua opinião em caráter urgente” sobre a restituição do presidente deposto, Manuel Zelaya. Não foi estabelecido prazo para a consulta.
A informação foi dada pelo presidente do Congresso, Erick Rodríguez — que é favorável à volta de Zelaya–, após o final da reunião do conselho do Legislativo, na qual não foi permitido o acesso da imprensa.
O órgão diretivo se reuniu hoje por mais de três horas –quatro dias depois de ter recebido da comissão de Zelaya e do presidente interinos, Roberto Micheletti, o Acordo Tegucigalpa-San José–, para discutir uma solução para o impasse em torno da volta de Zelaya ao poder.
Rodríguez e as porta-vozes Argentina Valle e Carolina Echeverría, dissidentes do Partido Liberal ao qual pertencem tanto Zelaya quanto Micheletti, consideraram a decisão uma “manobra” das autoridades golpistas para atrasar a decisão a respeito da restituição.
Para eles, um pedido para imposição de um prazo de três dias para que os órgãos de Justiça se manifestem foi rejeitada na negociação. “Quando não se estabelece um prazo de 24 a 48 horas para que se obtenha uma resposta é uma manobra para retardar o processo”, disse Rodríguez.
Enquanto a reunião entre os membros da junta diretiva ocorria, cerca de 400 seguidores d
Efe/F;Online