Começa hoje dia (16) a “Marcha por Reforma Agrária, Emprego e Meio Ambiente”.
Mais uma vez militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) usam a caminhada como instrumento de luta e diálogo com a sociedade.
Cerca de 300 militantes do MST, vindos de diversos assentamentos e acampamentos de Mato Grosso, vão sair em ritmo acelerado de Jangada (73 quilômetros de Cuiabá) às 8 horas, após ato político. Previsão de chegada: dia 19, no Trevo do Lagarto, em Várzea Grande. Esta marcha está dentro da programação do *“Abril Vermelho”*, mês em que o Movimento, em todo o país, faz atos, que coloquem em pauta a questão da reforma agrária e outras bandeiras dos trabalhadores do campo e da cidade.
A marcha fará três paradas pelo caminho até o Trevo do Lagarto. No dia 17, em Cuiabá, será lançada a campanha “Limite da Propriedade da
Terra: em defesa da reforma agrária e da soberania territorial e alimentar”,
puxada pelas Assembléias Populares.
No dia 22, a marcha segue do Trevo do Lagarto até a praça Alencastro, Centro
da Capital, para outro ato público, desta vez em aliança com todos os
movimentos sociais do campo e da cidade, que respeitam a atuação do
Movimento.
No dia 23, às 10 horas, um outro ato, desta vez em frente à Assembléia
Legislativa, irá cobrar dos parlamentares um posicionamento. Nesse ato,
estará presente um dos líderes do MST em nível nacional, o economista João
Pedro Stédile, professor universitário, marxista e um dos ativistas sociais
mais firmes do país. À noite, Stédile faz uma conversa com a comunidade
acadêmica, em seminário articulado entre o MST e a Adufmat. O seminário terá
entrada aberta e será realizado no auditório da Adufmat, às 19 horas. O
líder dos sem-terra irá abordar a conjuntura atual e o papel do povo nesse
contexto histórico.
“A Adufmat sempre foi solidária aos sem-terra. Esse seminário é de extrema
importância nesse momento e aproveito para convidar toda a comunidade da
UFMT a participar”, convoca o presidente da Adufmat, Carlinhos Eilert.
Em Mato Grosso, há cerca de 4 mil famílias assentadas, conforme o MST-MT.
Isso não quer dizer que estejam com todos os seus problemas resolvidos. O
abandono governamental após assentamentos é fato concreto. Por causa disso,
problemas ambientais surgem em diversas áreas. E tem sido insistente, na
grande mídia, o discurso de que assentados é que são culpados pelos graves
problemas ambientais, como o desmatamento desenfreado. “Isso não é verdade.
Quem desmata de modo feroz é o agronegócio, é a pecuária”, afirma Antônio
Carneiro, da coordenação estadual do Movimento. Segundo ele, 3 mil famílias
ainda amargam a vida debaixo de lonas pretas, à beira de estradas, dentro de
território mato-grossense.
O MST só não está no Acre, Amazonas e Amapá. Em 2007, chegou a Roraima. E em
todos os outros estados, se faz presente, na luta pela reforma agrária e
contra a fome, se unindo aos movimentos sociais urbanos.
Assessoria de Imprensa: Keka Werneck