O procurador-geral do Ministério Público de Contas (MPC), Alexandre Deschamps, quer saber como a Assembleia Legislativa conseguiu gastar, somente em 2015, um milhão de litros de combustível. A quantidade seria suficiente para dar 232 voltas no planeta Terra.
Apesar de o estado ser de dimensões continentais, esse volume [de combustível] chama a atenção. Queremos saber se todo esse consumo está relacionado às atividades parlamentares, aponta o chefe do MPC.
Segundo o procurador, os problemas podem estar no uso de tickets para o abastecimento da frota, atualmente com 309 veículos.
É que mesmo após recomendação do Tribunal de Contas do Estado (TCE) para que a Assembleia abandonasse a modalidade e optasse por um sistema automatizado, ou seja, mais seguro, os parlamentares mantiveram a mesma forma de compra. 
As irregularidades relacionadas são devido uma falha no sistema de controle de combustíveis que era realizado por meio de tickets. Porém, o gasto ao longo de 2015 se mostrou muito excessivo, em torno de um milhão de litros, argumentou o procurador.
Por unanimidade, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) determinou uma tomada de contas especial  e pediu a entrega de toda documentação que comprove os gastos de combustível em um prazo de 30 dias.
O procurador-geral da Assembleia Legislativa, Gregory Maia, informou que não há conflito de interesses entre Parlamento e Ministério Público de Contas, por isso, a documentação será entregue.
A Assembleia está ciente e vai tentar justificar, na medida do possível, o gasto, informou o procurador da Assembleia.
Esta não é a primeira vez que o TCE encontra irregularidades nas contas da Assembleia. Foi exatamente por causa desses gastos excessivos que, em 2011, o Tribunal pediu que a Casa substituísse o uso de tickets por um sistema automatizado, o que só aconteceu esse ano.
Atualmente não é mais no ticket. Houve a contratação de uma empresa onde o consumo de combustível está sendo mais criterioso e fiscalizado por intermédio de cartão, disse Maia.
Segundo o Ministério Público de Contas, as irregularidades ocorreram durante as gestões de José Geraldo Riva (sem partido), Guilherme Maluf (PSDB) e Mauro Savi (PSB).
 
 
 
 
RepórterMT