O Programa de Combate à Dengue da Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá tem ultrapassado a média nacional de ciclos de visita a imóveis e se destaca entre as capitais brasileiras. O Programa Nacional de Combate à Dengue estabelece que um município faça seis ciclos de visitas durante o ano. Os agentes de saúde ambiental de Cuiabá completaram sete ciclos e ainda tiveram de sobra quatro semanas em dezembro para atender as áreas com o Índice de Infestação Predial (LI) mais crítico, em sistema de mutirão. A media nacional de ciclos é de 4,5 ao ano.
Cada ciclo é realizado a cada 45 dias ou seis semanas, enquanto o preconizado pelo Ministério da Saúde é 60 dias por ciclo. Durante esse período, os agentes de saúde ambiental visitam todos os imóveis de sua zona de trabalho, orientam a população e tratam os criadouros não elimináveis. Nas últimas semanas de cada ciclo, os agentes de saúde ambiental fazem visita aos imóveis da zona rural, principalmente das áreas onde há mais aglomeração, como o Aguaçú e Nossa Senhora da Guia.
Como resultado dos trabalhos intensos do Programa Municipal de Combate à Dengue, o Índice de Infestação Predial (LI) se manteve no mesmo patamar que 2005, com 1,4%. Esse percentual é considerado de atenção pelo Ministério da Saúde, mas não é um índice alarmante. O objetivo do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Cuiabá é reduzir esse número para 1,2% em 2007.
O LI indica quantos imóveis em cada grupo de 100 unidades registram presença do Aedes aegypti (mosquito da dengue). O percentual recomendado pelo Ministério da Saúde é de 1%. A atualização do percentual de LI em Cuiabá a cada semana é outro avanço do Programa de Combate à Dengue de Cuiabá. A coordenadora do CCZ, Moema Blatt, conta que a atualização é feita através da análise de 100% dos imóveis de Cuiabá e não por amostragem, o que representa números precisos sempre atualizados. Em todo o ano de 2006, os agentes de saúde ambiental visitaram mais de 1,4 milhão de imóveis em Cuiabá.
“Conhecemos semana a semana o percentual de LI de Cuiabá. Isso é um grande avanço, considerando que muitos municípios só conseguem atualizar o seu LI no final de cada ciclo”, comenta Moema. Cuiabá é a cidade de Mato Grosso com a menor incidência de casos de dengue por 100.000 habitantes (1,8 caso), fator altamente positivo em se tratando de uma capital.
De acordo com Moema, outro avanço para os agentes de saúde ambiental que vão a campo é o kit que os mesmos carregam para dar suporte às visitas. Totalmente remodelado, o kit conta com luvas, colher medidora, larvicida devidamente acondicionado em frasco de plástico, filtro solar e um manual sobre zoonoses. Cada agente também possui uma carta de apresentação feita pelo CCZ, com nome completo, foto e telefones da unidade, para identificação junto aos moradores das zonas de trabalho.
“As mudanças dão mais agilidade ao agente de saúde ambiental. Com a carta, o agente pode se apresentar ao morador e evitar que outras pessoas se passem por agentes de saúde. Se o morador ainda tiver dúvidas, pode ligar para o CCZ antes de permitir a entrada do agente. Desde que os agentes começaram a usar as cartas, acabaram os problemas de falsa identidade”, explica Moema.