As Forças Armadas e os órgãos de segurança pública no Distrito Federal utilizarão tecnologia de ponta para atuar caso haja uma situação de crise durante a Copa do Mundo na capital do país, como um atentado terrorista. Serão empregados equipamentos e viaturas com o que há de mais moderno no chamado Eixo Defesa, coordenado pelo Comando Militar do Planalto (CMP), chefiado pelo general Racine Bezerra Lima Filho.
Cerca de 2,8 mil militares do Exército, da Marinha e da Aeronáutica estão envolvidos diretamente na operação, batizada de Copa Planalto. Além desse contingente, outros grupos atuarão de forma indireta, como o pessoal que cuida do trafego aéreo.
Uma das inovações é que as viaturas e o pessoal envolvido na operação usarão equipamentos com GPS para que comando possa ter o total domínio da movimentação das tropas durante as ações, por meio de sinais enviados para centrais de monitoramento com computadores que utilizam aplicativos especialmente desenvolvidos pelos militares para este fim.
Foram preparados veículos blindados, mecanizados, antiaéreos, de defesa cibernética, comando e controle, transporte de tropas e de defesas química, biológica, radiológica e nuclear. Serão utilizados, ainda, helicópteros das Forças Armadas, dos esquadrões de cavalaria de choque e uma seção de cães de guerra.
“As Forças Armadas estão prontas e a população de Brasília pode ficar tranquila porque planejamos desde o ano passado, com experiência das Copa das Confederações, uma ação integrada com os órgãos de segurança pública e as demais agências do governo, de forma a realizar o evento em um ambiente seguro e estável”, disse o general.
Segundo ele, além dos eixos de ação rotineiros, como a fiscalização de produtos controlados, que está sendo intensificada, as Forças Armadas estão preparadas para garantir a proteção de estruturas estratégicas, como estações de tratamento de água, de energia elétrica, de transmissão de dados e aeroportos, por exemplo.
“Vamos ter uma força de contingência em uma situação eventual de crise. Se Deus quiser, não teremos esse emprego aqui em Brasília, uma vez que os órgãos de segurança e ordem pública estão muito bem estruturados e preparados para oferecer a segurança para a Copa”, avaliou.
Para o general Racine, esse será o legado material da Copa para os militares, com os novos equipamentos, que têm nova tecnologia agregada. O maior legado, segundo ele, é a “interoperabilidade, o relacionamento e o trabalho articulado entre as Forças Armadas, os órgãos de segurança e ordem pública”.
“Estaremos o tempo todo trocando informações, imagens e decisões em conjunto de forma que, certamente, o nosso trabalho estará integrado e articulado”, destacou o comandante.
No caso de manifestações, Racine explicou que haverá uso gradual para o emprego da força. Inicialmente, quem tomará as medidas será a segurança privada da Fifa, no interior dos estádios. Depois, os órgãos de segurança pública, e, somente em uma situação de contingência, é que serão empregados os recursos das Forças Armadas.
O general lembrou que a “missão constitucional das Forças Armadas, é garantir a lei e a ordem em caso de grave crise”. Segundo ele, em Brasília, as manifestações terão o tratamento adequado, o que inclui vários níveis de atuação, que vão desde a negociação à utilização dos recursos da segurança pública. “As Forças Armadas só serão empregadas em uma situação de contingência e eu volto a dizer que confio na capacidade e na estrutura dos órgãos de segurança aqui em Brasília, assim como também na consciência cívica da população”.
Jornal do Brasil