O principal comandante militar dos Estados Unidos no Iraque recomendará a retirada de tropas de algumas áreas onde se acredita ter havido uma melhora da segurança, disse a edição desta quarta-feira, 15, do jornal Los Angeles Times citando autoridades do governo. A decisão pode acontecer durante a maior onda de violência nos últimos meses, em que mais de 200 pessoas morreram na terça-feira.
A avaliação que o general David Petraeus faz da situação no Iraque, opinião que será conhecida publicamente em setembro, é considerada crucial no atual clima de pressão que o presidente George W. Bush enfrenta para mudar o curso de ação no conflito.
O jornal publicou em seu site na Internet que, em vez de reduzir o número total de soldados norte-americanos no Iraque, Petraeus poderia pedir a transição de tropas para outras áreas ou usá-las para a criação de uma força de reserva em caso de um aumento da violência.
O jornal disse ainda que as autoridades que apóiam o nível atual de tropas esperam que a recomendação de Petraeus evite os pedidos no Congresso para uma redução significativa da força de combate.
Na terça-feira, pelo menos 200 pessoas morreram e mais de 300 foram feridas. De acordo com os militares, os insurgentes realizaram ao todo quatro explosões, todas aparentemente coordenadas. Já para a polícia, os radicais teriam utilizado três caminhões-bomba. Independentemente do total de dispositivos, caso o número de mortes seja confirmado, este estará entre os maiores atentados levados a cabo no Iraque desde o início da guerra, há quatro anos.
Ofensiva militar
Forças dos EUA lançaram também na terça-feira uma grande ofensiva na Província iraquiana de Diyala, como parte de uma nova iniciativa militar anunciada nesta semana contra militantes sunitas e xiitas.
Essa ação é descrita como parte da Operação Ataque Fantasma, anunciada na segunda-feira pelos EUA e em vigor no Iraque inteiro. Os militares disseram que há 16 mil soldados norte-americanos e iraquianos envolvidos na operação.
“Nosso principal objetivo é eliminar organizações terroristas e mostrar a elas que elas realmente não têm refúgios de verdade, especialmente em Diyala”, disse em nota o general Benjamin Mixon, comandante das tropas dos EUA ao norte de Bagdá.
Atualmente, as forças norte-americanas têm quase 162.000 soldados em território iraquiano