A elevação dos preços do trigo fez a Abitrigo (Associação Brasileira da Indústria do Trigo) pedir ao governo federal uma redução na tarifa de importação do produto comprado dos país fora do Mercosul, que é de 10%. A informação é de Armando Meziat, secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento.
Segundo ele, o pedido da Abitrigo é justificado porque a Argentina, principal fornecedora de trigo às indústrias brasileiras, suspendeu suas exportações para tentar conter o aumento de preços no país.
“Houve um desbalanceamento entre oferta e demanda. A demanda cresceu mais e puxou o preço para cima”, explicou Meziat.
O Brasil consome hoje cerca de 10 milhões de toneladas de trigo, das quais 4 milhões têm como origem a produção interna e o resto é importado basicamente da Argentina. Sem seu principal fornecedor, a indústria de trigo tem importado o produto do Canadá e dos EUA. O produto originário dos países de fora do Mercosul tem uma TEC (Tarifa Externa Comum) de 10%.
Segundo reportagem da Folha (íntegra do texto apenas para assinantes) de ontem, o Ministério da Fazenda planeja abrir o mercado à importação dos alimentos que mais pressionam a inflação com a redução da tarifa de importação. Os três produtos seriam trigo, leite e carne.
No caso do leite, Meziat afirmou que há um acordo entre os produtores do Brasil com Argentina e Uruguai, que estariam praticando preços muito baixos (dumping). Nesse acordo, o preço é determinado por um fórmula fixa.
No entanto, Meziat afirmou que, caso haja necessidade, esse acordo antidumping (medida adotada contra práticas comerciais consideradas desleais) pode ser revisto pela Camex (Câmara de Comércio Exterior).
Sobre a carne, o secretário não soube informar se há algum estudo no ministério sobre o assunto.