domingo, 07/07/2024
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Com salários acima da inflação, alta de preços não assusta a população

 

Apesar do crescimento da inflação (6,3% nos últimos 12 meses), que tem assustado os mercados, a população brasileira parece seguir alheia a alta do preços. O comportamento tem motivo: o salário de 95% dos trabalhadores sofreu aumento acima da inflação, dando ganho de compra real a maioria dos assalariados. 

Curiosamente foi exatamente a política de aumento do salário minimo, promovido pelo governo nos últimos 10 anos, que propiciou o crescimento do salário da população em geral, acabou também influenciando este aumento dos preços. É o que afirma o economista Pedro Rossi, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

"A inflação que a gente vive é derivada de uma mudança estrutural da distribuição de renda, que acabou influenciando o preço dos serviços e é fruto de um processo de anos no salário minimo, de aumento da renda da camada mais baixa. Este aumento de serviços é estrutural, há uma nova classe de consumo. Isso tem um impacto importante nos serviços que não são comercializados", afirma.

Para o economista Pedro Paulo Bastos, também na Unicamp, as pressões inflacionárias deverão diminuir com a desvalorização dos preços internacionais e o baixo crescimento daeconomia nacional. 

"A economia brasileira não está crescendo a taxas marcantes, a economia mundial tampouco, de modo que se pode esperar tendência de desinflação ou deflação de preços de manufaturados. E não se deve esperar pressão sobre o preço de commodities mais que inflação generalizada, pois os índices indicam elevação de preços bem abaixo da média. Há mudança de preços relativos associada aos preços agrícolas e de serviços. Os primeiro devem cair com a entrada da safra, os segundos refletem principalmente uma aproximação salutar do custo de serviços em relação aos preços industriais que ocorreu antes em vários países em estágio semelhante de desenvolvimento", analisou.

O aumento dos preços tem levado a uma pressão para que Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom/BC) eleve a taxa básica de juros, atualmente no patamar histórico de 7,25%. Porém, os economistas concordam que, neste caso, o aumento dos juros não influenciaria a inflação de forma significativa. 

"Como é um aumento de preços motivado pelo setor de serviços, o aumento da Selic não teria grande impacto. E o governo não quer fazer uso da taxa de juros porque esta sim traria problemas em termos de emprego e redução da atividade da renda", conclui Rossi. 

 

 

 

 

Jornal do Brasil

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Parmenas Alt
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