A greve dos médicos e profissionais de enfermagem de Mato Grosso está suspensa temporariamente. A decisão foi tomada na noite de ontem, em reunião com o líder do governo na Assembleia Legislativa, Romoaldo Júnior
(PMDB). O peemedebista garantiu que representantes de ambas as categorias se
reúnem com o governador, Silval Barbosa, na próxima segunda-feira (30), às 10h.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Médicos do Estado de Mato Grosso (Sindimed-MT), Edinaldo Lemos, a abertura de um canal de
conversação é o principal motivo do movimento grevista. No entanto, se o governador
não receber os profissionais na próxima segunda, como combinado, as categorias cruzarão os braços na terça-feira (31). “Os profissionais já estão cientes e a população pode ficar tranqüila”, pontuou.
Segundo Lemos, hoje não tem mais pacientes no chão ou em macas. “Se soubéssemos que o
resultado seria esse, teríamos pressionado antes. Isso prova que não é preciso
contratar Organizações Sociais (OS) para resolver o problema. É só ter vontade.
No entanto, as medida adotadas são paliativas. Eles não vão conseguir manter esses contratos com os hospitais particulares”, observou.
Edinaldo refere-se ao contrato feito pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) com o
Hospital Santa Rosa, no valor de aproximadamente R$ 2 milhões, para dar atendimento às cirurgias ortopédicas de pacientes que foram prejudicados com a demissão dos médicos ortopedistas. Com isso, cada uma das 200 cirurgias passa a
ter um custo de R$ 11,5mil. Hoje, a mesma cirurgia feita pelo SUS sai pelo preço de R$ 1,5 mil.
Sobretudo, a culpa sobre o caos na saúde deve-se à omissão dos gestores públicos, visto que o Sindicato vem alertando sobre os problemas há algum tempo. Em 30 de agosto do ano passado, a categoria encaminhou a pauta de reivindicação aos candidatos a governador. No dia 18 e 21
de outubro, a entidade encaminhou ofício ao governador pedindo uma audiência para tratar do assunto e o chefe do Executiva sempre se negou a conversar com os profissionais.