O ministro da Educação, Fernando Haddad, informou que o ministério irá criar um comitê de governança para aperfeiçoar as próximas provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), em substituição ao vestibular tradicional. Durante a reunião, Haddad apresentou a proposta para que, no novo modelo, os alunos possam se inscrever em até cinco cursos de instituições diferentes. A questão deverá ser discutida pelos reitores junto ao conselho superior das universidades.
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A criação do comitê foi sugerida pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e terá a participação dos secretários estaduais e de reitores.
“Haverá uma dinâmica de alteração em proveito de um modelo aperfeiçoado, ou seja, nós teríamos a possibilidade de que as instituições pudessem opinar nas próximas edições do Enem para que pudessem ainda ajustar as necessidades das instituições de ensino superior às necessidades dos Estados que ofertam ensino médio”, disse.
O ministro se reuniu durante pouco mais de duas horas com reitores de universidades federais para negociar a adesão ao novo Enem ainda este ano.
“É um modelo aberto no qual o aluno poderá disputar a vaga a partir do seu resultado. Com isto, você melhorará as condições de seleção, pois, quando o aluno disputa vaga sabendo a sua nota, fica mais fácil”, disse. Atualmente, no modelo tradicional, o aluno pode escolher dois cursos, antes de saber a nota de corte obtida na prova da instituição.
O ministro destacou que, apesar de ainda não ser possível determinar quantas universidades irão aderir, os reitores se mostraram receptivos à proposta. “Dedicamos o dia de hoje para discutir aspectos técnicos e operacionais. Havia muitas dúvidas dos reitores, mas a reunião foi produtiva e os reitores saíram bem satisfeitos”, avaliou Haddad.
O reitor da Universidade Federal de Viçosa (MG), Luis Cláudio Costa, está entre os satisfeitos. Porém, ele ressalta que ainda há o que discutir, apesar dos avanços obtidos, como o consenso em torno do aumento no auxílio para estudantes de baixa renda.
Segundo ele, o novo modelo poderá propiciar um grande avanço na avaliação do ensino médio no País, além de promover justiça social entre os alunos, uma vez que os estudantes das escolas públicas terão mais condições de ingressar nas faculdades. “Vamos associar a experiência da universidade com a experiência do Inep [Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas] e fazer um grande projeto nacional”, afirmou. Ele prevê que a universidade de Viçosa aplique o novo sistema ainda em 2009.
Já o reitor da Universidade Federal Vale do São Francisco, José Weber, disse estar receoso sobre a implantação do novo modelo. “Enquanto não tiver garantia de atenção às questões da regionalidade ou a garantia de que isso não irá provocar uma maior disparidade regional, não irei aderir ao novo sistema”, argumentou.
Com as mudanças propostas, o ingresso no Ensino Superior poderá ser feito a partir de exame composto por quatro provas com 50 itens de múltipla escolha, totalizando 200 questões. Atualmente a prova conta com 63 questões e uma redação. Os testes serão divididos nas seguintes áreas de conhecimento: Linguagens, Códigos e suas tecnologias (incluindo redação), Ciências humanas e suas tecnologias, Ciências da natureza e suas tecnologias e Matemática e suas tecnologias.
U.SEG