parte, a queda na procura pelo zero quilômetro aconteceu pela alta dos juros e pela restrição ao crédito, que atravancou os financiamento.
Em contrapartida, houve alta de 14,5% na comercialização dos usados, de acordo com a Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto).
Este cenário evidencia um aquecimento do mercado de usados em detrimento do panorama desanimador do comércio de novos. No entanto, o movimento é tão significativo que já torna difícil a vida de alguns consumidores que desejam encontrar uma boa opção que não tenha recém-saído da fábrica.
Antônio Carlos de Souza, de 56 anos, é um exemplo. O taxista, de São Paulo, não consegue encontrar o carro que deseja dar para a sua filha. Já com o dinheiro guardado, ele está há mais de um mês – sem sucesso – atrás do automóvel. "A procura é muito grande. É um carro bom, mais barato, então é complicado", explica ele, que busca um carro popular com mais de dez anos de uso.
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O taxista procura um carro popular, com modelo ainda da década de 1990, o que não deveria ser um problema. Segundo o presidente da Fenauto (Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores), Ilídio dos Santos, os carros com até três anos de uso foram os que mais tiveram e os principais responsáveis pelo crescimento total do setor de usados, com alta de 38% em 2015 quando comparado ao ano passado. "A garantia estendida oferecida por diversas empresas é algo que torna mais interessante a compra deste carro", explica.
Preços não mudam
Ainda de acordo com Santos, mesmo com o grande aumento da procura por usados – impulsionado pela desaceleração das montadoras – não haverá aumento de preços na modalidade. "O preço tem se mantido e nada indica que isso vá mudar", diz, destacando o crescimento de 4% do setor este ano em comparação com 2014. "Mas é importante que as montadoras voltem a produzir, porque o novo de hoje é o usado de amanhã", lembra.
Por – iG São Paulo último Segundo