Substância usada foi o carfentanil, apontaram laboratórios da Promotoria e da Polícia Científica de Buenos Aires
A cocaína adulterada que causou ao menos 24 mortes na Argentina continha carfentanil, um opioide de uso veterinário para animais de grande porte, como elefantes. A conclusão foi alcançada pelos peritos dos laboratórios da Promotoria de Munro e pelos da Polícia Científica de Buenos Aires, e foi divulgada pelos jornais “Clarín” e “La Nación”.
Inicialmente, a suspeita era de que houvesse sido usado o fentanil, um dos opioides que têm causado uma epidemia de overdoses nos Estados Unidos. O carfentanil, contudo, é cerca de 100 vezes mais potente, de acordo com a DEA, a agência de combate às drogas do país norte-americano. A DEA chegou até mesmo a orientar seus agentes a não manipularem substâncias se suspeitarem que elas contém carfentanil.
Além das mortes, cerca de 200 pessoas teriam sido intoxicadas, e algumas dezenas foram internadas com sintomas graves de insuficiência respiratória. A polícia argentina apontou o traficante paraguaio Joaquín Aquino, conhecido como “El Paisa”, como o responsável pela distribuição – ele foi preso e teve uma ordem de expulsão permanente do país emitida. Outras 12 pessoas que teriam se envolvido na venda da droga adulterada também foram presas.