quinta-feira, 21/11/2024
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Cirurgia de catarata beneficia 35 pessoas de VG em apenas um mês

Vinte minutos para uma espera de anos. Sem lembrar a quanto tempo vem sofrendo com problemas na visão, dona Francisca Nunes, de 76 anos, foi uma das oito pessoas que passaram, nesta quinta-feira (19.04), por mais uma etapa da cirurgia de catarata que está sendo ofertada em Várzea Grande. O benefício é resultado de uma pareceria entre o Sistema Único de Saúde (SUS), Secretaria Municipal de Saúde e Centro de Especialidades Médicas (Postão). Em no máximo vinte minutos, o paciente volta a enxergar com nitidez.

Nervosa e preocupada, dona Francisca – já pronta para a operação – contou que enxerga sem clareza e, sempre que sai de casa, tem de pedir auxílio a pessoas desconhecidas. “Principalmente na hora de tomar o ônibus. Não dá tempo de ler o itinerário e em cima do ponto nenhum motorista pára”, relata.

Nestes primeiros 30 dias de trabalhos, o Postão já contabiliza 35 operações. De acordo com um dos médicos envolvidos neste projeto, o oftalmologista Fabiano Saulo Rocha Júnior, a meta é fazer 40 intervenções ao mês, com atendimentos às segundas, terças e quintas-feiras. “Como a anestesia é local é possível, já que não há necessidade de internações, operar dois pacientes por hora, sem que haja qualquer perda de eficiência por parte do cirurgião. Depois que os auxiliares tiverem preparado o paciente, em vinte minutos o ato cirúrgico está concluído”.

O prefeito Murilo Domingos foi conferir de perto os resultados dos trabalhos. “Além de devolver a visão para pessoas que não teriam condições de arcar com um procedimento que na rede privada pode custar até R$ 4 mil, este projeto encabeçado pelo Postão, tem como meta reduzir o tempo de espera pela cirurgia e dar agilidade ao atendimento”, lembra o prefeito.

Conforme aponta o diretor do Postão, Marcelo Costa, existem hoje cerca de 170 pacientes na fila de espera pela cirurgia; desses, 35 já foram operados. “Antes de ofertarmos a operação aqui no município, o tempo de espera era de oito meses, pois os pacientes eram encaminhados para Cuiabá. Assim que atingirmos a meta de 40 cirurgias/mês, acredito que o tempo de espera para esta demanda reprimida possa cair para 15 dias”. Como completa Costa, este será o tempo necessário para o diagnóstico da doença – na verdade a confirmação da deficiência visual – um exame prévio e a data da cirurgia.

Mesmo com uma demanda sob a cirurgia de catarata, o diretor do Postão esclarece que o hospital Santa Rita está habilitado também para realizar por meio do SUS, cirurgia de estrabismo. “Por enquanto somente o hospital Santa Rita está habilitado pelo SUS. Nossa intenção é estender a oferta de cirurgias para uma outra unidade hospitalar e ao invés de 40 intervenções ao mês, chegar a 80. Mas isso ainda está me negociação”.

O diretor destaca que 90% dos pacientes com catarata são idosos. “Acredito que ao divulgarmos as cirurgias, a demanda espontânea será maior e se precisar vamos realizar mutirões para manter nossa meta de atendimento mensal e beneficiar o maior número possível de pessoas”.

ANSIEDADE – Mesmo presente entre idosos, Flávia Pinto, 25, também fez nesta quinta-feira a segunda cirurgia de catarata, agora no olho direito. A espera de três anos estava próxima do fim, mas ela estava ansiosa para conferir o resultado da cirurgia. “No olho direito voltei a ter 100% da visão. Não vejo a voltar a uma vida normal”, desabafa.

Ainda há espera dos preparativos à intervenção, estavam também outros dois idosos, dona Maria Eva Oliveira, 70 anos – que diz não enxergar mais nada à distância – e Valdemar Nogueira, 74 anos, que já perdeu a visão do olho direito e sofre de deficiência na perna esquerda. Mesmo com a gravidade de seu problema, ele conta que só agora teve a oportunidade. “Espero que hoje seja o último dia da minha vida em vou ver apenas vultos”, disse contente, tentando disfarçar um certo temor do centro cirúrgico.

CATARATA – A catarata atinge a visão mais de 50% das pessoas acima de 60 anos. A doença se manifesta por meio de um turvamento progressivo do cristalino, que interfere na absorção da luz que chega à retina, perdendo a qualidade da visão.

Atualmente a cirurgia de catarata é realizada em ambulatórios e consultórios e pode demorar apenas alguns minutos. Logo após a intervenção os pacientes recebem alta, vão para casa, necessitando apenas de alguns cuidados essenciais e orientação médica.

É usada uma anestesia tópica (local) na parte branca do olho (esclera) ou na córnea clara (logo acima da área onde a córnea encontra a esclera). Assim, a catarata é fracionada em partículas microscópicas usando o ultra-som e sendo aspirada pelo olho. Para compensar a remoção do cristalino, implanta-se uma lente intra-ocular. (Com site www.boasaude.uol.com.br)

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Parmenas Alt
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