“Não queremos falar em números de perca, o que nós podemos falar é que o produtor, sim está com dificuldade de tirar o seu grão, por causa do excesso de chuva e também de colocar e plantar a próxima safra”
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Ainda não há uma estimativa de perdas, mas a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) já sabe que os prejuízos da safra deste ano são certos e podem ser significativos. Isso por conta da intensidade das chuvas que atingem boa parte do estado e está a dificultar a colheita do grão.
De acordo com diretor administrativo da entidade, Diego Bertuol, que também é produto, o excesso de chuva em Mato Grosso é maior que em boa parte do pais, e algumas regiões mato-grossenses os temporais são ainda mais intensos, o que preocupa os produtores.
“Então, às vezes dá algum sol, o produtor naquele ímpeto de conseguir salvar alguma coisa dessa soja pronta, coloca as máquinas em campo, mas nós vemos aí então 20% de grãos avariados, que são os grãos podres, alto índice de umidade, chegando a mais de 30% da carga”, afirma Bertuol ao pontuar que este é o cenário do momento, bastante difícil e preocupante.
“Nós acreditamos que nos próximos dias deve ter uma intensidade maior e o que nós esperamos é que a previsão de sol se concretize e o produtor consiga tirar essa safra que está no campo ainda”, frisou o diretor.
Em relação a perdas e prejuízos, o agricultor disse que nesse momento não pode falar se vai ter algum impacto negativo a nível estadual. Diego lembrou que a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) estima que a safra 2024/2025 será de cerca 47 milhões de toneladas para o estado, já o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA), um pouco mais modesto, espera colher aproximadamente 44 milhões de toneladas.
“Então como ainda é precoce, não chega nem a 3%, nós não queremos falar em números de perca, o que nós podemos falar é que o produtor, sim está com dificuldade de tirar o seu grão, por causa do excesso de chuva e também de colocar e plantar a próxima safra, que é a do milho safrinha. Estamos com dificuldades, se você não tira a soja, não tem como colocar a cultura do milho plantada”, disse o agricultor.
Bertuol destaca a preocupação da entidade em orientar os produtores sobre a atual situação. “A orientação que nós temos é se preparar com respeito às classificações, usar o canal do produtor, abrir suas ordens de serviço, como nós estamos vendo que o problema é com grãos ardidos, é com alta umidade, então o produtor tem esse canal, tem esse programa do classificador legal da Aprosoja”, Esclarece.
As informações foram dadas pelo o diretor Diego Bertuol, durante encontro com jornalistas na manhã desta quinta-feira, 23/01, na sede da Aprosoja-MT.
Por Jota Passarinho e Parmenas Alt
