quinta-feira, 21/11/2024
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Chuva intensa obriga estado de calamidade

A população brasileira tem convivido, ano após ano, com uma situação que a tem afligido sobretudo durante o verão. As chuvas têm deixado rastros de destruições, que se tornaram crônicos por falta de políticas eficazes e constantes que visem evitar as chamadas tragédias anunciadas. O poder público apresenta planos para conter os alagamentos, mas que nem sempre saem integralmente do papel. Algumas obras começam, mas não terminam, e o povo arca com o prejuízo, perdendo casas, móveis e vidas.

São Paulo é o estado que tem sido mais castigado, e para quem espera uma solução urgente para este problema, a notícia não é das melhores. O plano de combate às enchentes na região metropolitana de São Paulo, elaborado em 1998, ainda vai demorar cerca de dez anos para ser concluído. Nos últimos oito anos, Estado e Prefeitura realizaram somente 45,98% das obras previstas. Com isso, a população continua sofrendo as conseqüências do descaso das autoridades governamentais.

Uma pessoa morreu no desabamento de um muro resultante das enchentes ocorridas em novembro deste ano, na cidade de Guarulhos, na Grande São Paulo. No mesmo mês, no Rio de Janeiro, outras duas faleceram por afogamento, e mais 17 foram hospitalizadas nas inundações que atingiram o município de Nova Iguaçu.

A impermeabilização dos solos e a deposição imprópria do lixo são os motivos apontados pelos especialistas como fatores responsáveis pelos alagamentos. Juntos, acabam dificultando o escoamento natural das águas, gerando perdas materiais e humanas. Mas, na visão deles, nenhum supera o desenvolvimento urbano.

– A vida urbana cresceu de forma aleatória e foi se apropriando de áreas que não poderiam ser ocupadas. Com a expansão, antigas casas foram substituídas por prédios e a pavimentação das ruas passou a dificultar o escoamento natural das águas, acabando por tornar os solos impermeáveis – explicou a professora adjunta de planejamento urbano e regional da Universidade Federal Fluminense (UFF), Isabel Eiras.

Os problemas vêm sendo historicamente resolvidos através da saída pelos canos d’água subterrâneos, além das canalizações e retificações de rios e córregos. Tal solução implantada pela maioria das cidades brasileiras é um esforço para minimizar essa situação. Mas, a resposta dada ao problema é insuficiente em detrimento ao crescimento e à ocupação urbanos.

– Temos um sistema de escoamento de água muito obstruído e o lixo é um dos fatores que contribuem para agravar ainda mais essa situação. A ocupação desordenada sobre e ao lado de rios, e nas encostas, elevam o risco de acontecerem tragédias ocasionadas pelas enchentes – disse o presidente da Superintendência Estadual de Rios e Lagoas do Rio de Janeiro (Serla), Ícaro Moreno Junior.

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
A estrada é longa e o tempo é curto. Não deixe de fazer nada que queira, mas tenha responsabilidade e maturidade para arcar com as consequências destas ações.
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