Se você sempre quis observar uma chuva de estrelas cadentes, sua chance está neste fim de semana. Isso porque a chuva de meteoros Perseidas, que acontece todos os anos no mês de agosto, poderá ser vista de todo o território brasileiro na madrugada deste domingo (12) para a segunda (13).
De acordo com a astrônoma e pesquisadora do Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST) do Rio de Janeiro, Doutora Patrícia Figueiró Spinelli, a chuva de meteoros Perseidas, assim como outras chuvas de estrelas cadentes, consiste em uma série de rochas deixadas para trás por cometas.
“Se a órbita do cometa cruzar com a órbita da Terra, significa que os detritos soltos no espaço serão encontrados pelo nosso planeta sempre que passarmos por este ‘ponto de encontro entre órbitas”, explica a cientista.
“Ao entrarem na atmosfera terrestre, tais detritos tornam-se incandescentes pelo choque com o ar e brilham, cruzando o céu rapidamente”, completa. E foi assim que surgiu a expressão ‘estrelas cadentes’.
No caso da Perseidas, o fenômeno é formado pelos detritos do cometa Swift-Tuttle, e todos os anos tem seu ápice entre os dias 11 e 13 de agosto. Isso acontece porque tais rochas estão localizadas em determinado local da órbita da Terra, e como nosso planeta percorre um percurso fechado de 365 dias, ele sempre demora o mesmo período para chegar até o ponto da chuva de meteoros.
“Caso algum ponto desta órbita estiver “povoado” com restos de cometa, cada vez que a Terra passar por esse ponto, haverá uma chuva de meteoros relativa a esse cometa. No ano seguinte, ao passar pelo mesmo ponto, a Terra encontrará os detritos e a chuva volta a acontecer. E sucessivamente a cada ano”, esclarece Spinelli.
Por mais que a Terra esteja passando pela região dos detritos de um cometa, isso não é o suficiente para garantir que o fenômeno astronômico possa ser observado a olho nu. “Há uma série de fatores que influenciam a visibilidade”, diz a astrônoma, “O primeiro é o próprio rastro que o cometa deixa. Se tiver mais partículas, veremos mais ‘estrelas cadentes’ por hora”.
Além disso, é preciso ter o horizonte da direção da chuva “livre” para a observação, contar com pouca poluição luminosa da área de onde se está olhando (cidades grandes podem ofuscar completamente o evento), e também torcer para a fase ideal da lua. No caso, a lua nova é perfeita para isso porque, nesta etapa, nosso satélite natural não fica visível e, assim, não ofusca as rochas do cometa.
E parece que os interessados em ver a chuva do domingo estão com muita sorte. “Para a observação da próxima chuva de meteoros, as Perseidas , estamos com muita sorte, pois será lua nova”, explicou Spinelli.
Por mais que a visualização dos detritos seja melhor a partir do hemisfério norte, ainda será possível vê-las estando no Brasil, principalmente se você estiver mais ao norte do País.
Para ver as Perseidas, que recebeu esse nome porque temos que procurar pela constelação de Perseus para observá-las, garanta que você esteja em um local de horizonte livre na noite do domingo, torça para que o céu esteja limpo e dispense os binóculos e telescópios, pois ele só atrapalham neste caso.
“Temos que olhar na direção da constelação de Perseus a partir das 0h30. Ela estará rente ao horizonte, entre o ponto cardeal norte e leste. Na medida em que as horas forem se passando, a constelação vai ganhando altura no céu”, instruiu a pesquisadora.
Se você estiver no Rio de Janeiro, abra as janelas entre 3h e 5h da madrugada da segunda-feira (13), quando poderá ter a melhor visão da chuva de meteoros . Se etiver em cidades mais ao norte, como em Fortaleza, o fenômeno já terá boa visibilidade a partir das 2h da manhã.