Uma mulher morreu e outras 110 ficaram feridas após um choque de trens do metrô de Roma, perto da estação de Piazza Vittorio, no centro da capital italiana, informaram os bombeiros. Por coincidência, foi publicada nesta terça-feira uma entrevista com o administrador do Metrô de Roma alertando para a deterioração da rede.
A primeira informação era de que duas pessoas haviam morrido.
As primeiras declarações dos acidentados indicam que o maquinista do segundo trem, que vinha da estação de Furio Camillo, ultrapassou um sinal vermelho.
O impacto, segundo as testemunhas, foi brutal. Vários vagões ficaram completamente destruídos e o local foi tomado pela fumaça. As portas do trem foram abertas imediatamente, e os viajantes puderam sair pouco a pouco.
As equipes de bombeiro resgataram algumas pessoas que ficaram presas às ferragens dos vagões. Um hospital de campanha foi montado para atender os feridos.
O ministro do Interior Giuliano Amato disse estar muito preocupado com a situação, especialmente com o estado de seis feridos que estão em estado grave.
Segundo Amato, o acidente aconteceu porque os controles automáticos do sistema não funcionaram.
O governador civil de Roma, Achille Serra, disse que todos os feridos foram imediatamente transferidos a hospitais.
Os bombeiros descartaram a possibilidade de que outras pessoas ainda estejam presas às ferragens dos trens.
O serviço da linha A foi interrompido, e só deve ser retomado no início da quarta-feira.
O prefeito de Roma, Walter Veltroni, que foi ao local do acidente, disse que os vagões eram novos, e tinham um sistema de segurança perfeito.
Recentemente, o metrô de Roma anunciou a compra de 33 trens novos.
Toda a região de Piazza Vittorio, próxima à estação ferroviária de Termini e não muito distante do Coliseu, foi evacuada pelas forças de segurança. O tráfego foi desviado, o que acrescentou mais problemas ao já caótico trânsito da cidade.
Administrador do Metrô de Roma alertou para deterioração da rede
O presidente da MetroRoma, a empresa que administra o metrô de Roma, Stefano Bianchi, alertou sobre o estado de deterioração dos trens da rede, em entrevista publicada nesta terça-feira pela imprensa.
Bianchi assinalou que os 31 trens da linha B (uma das duas da capital italiana) estão em funcionamento desde 1989 “sem nunca terem sido submetidos a uma manutenção extraordinária”, com a “conseqüente multiplicação” das avarias desde meados de 2005.
As estatísticas da Metro.Roma, publicadas pelo jornal La Repubblica, indicam que enquanto no período que vai de fevereiro de 2004 a abril de 2005 o número máximo de viagens suspensas por avarias em um mês foi de 12, em setembro do ano anterior somaram 50.
O funcionário esclareceu que os trens que não garantam a segurança dos passageiros não são colocados em funcionamento e detalhou que uma revisão geral custará 94 milhões de euros e será realizada em um período de três anos.
Sobre a linha A, na qual ocorreu o acidente de desta terça-feira, Bianchi disse que devem ser reestruturadas pelo menos seis estações, com um investimento de 144,5 milhões de euros.