Empresas chinesas têm alto interesse em comprar ou se associar a construtoras brasileiras, anunciou o diretor-geral da China Investment and Promotion Agency (CIPA), Liu Zuo Zhang, no Encontro Empresarial Brasil-China, na Confederação Nacional da Indústria (CNI). O encontro tem por objetivo discutir as oportunidades de ampliação dos investimentos chineses no país.
Coordenador de missão de mais de 40 empresas chinesas de dez setores que participam do encontro, Zhang enfatizou que, como a maior da América Latina, a economia brasileira apresenta complementariedades com a economia da China que precisam ser aproveitadas. O momento é especialmente apropriado, segundo ele, porque ocorre numa conjuntura de intensa internacionalização das empresas da China.
O diretor-geral da CIPA disse que o bom relacionamento já existente entre a entidade e a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) será aprofundado com a assinatura de memorando de entendimento entre as duas instituições, no final da tarde desta segunda-feira, 16.05. “Nossa cooperação vai entrar em nova fase”, anunciou.
Zhang destacou que as empresas chinesas estão investindo US$ 388 milhões no Brasil e oferecem transferência de tecnologia. “Queremos conhecer melhor o ambiente de investimentos no Brasil”, acrescentou.
Lembrou que a internacionalização das empresas da China é uma das principais estratégias de desenvolvimento do país. Tanto é assim, acentuou, que os investimentos externos chineses no mundo atingiram US$ 59 bilhões em 2010, 36,3% mais do que no ano anterior, empregando quase 440 mil pessoas.
Diversificação – O presidente do Conselho de Integração Internacional da CNI, Paulo Tigre, que preside a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), afirmou, ao abrir o encontro empresarial, que a visita da missão chinesa demonstra “interesse concreto das empresas e autoridades chinesas de aprofundar a parceria entre os dois países”.
Tal interesse é visível, na sua opinião, porque a visita ocorre pouco mais de um mês após a viagem à China da presidente Dilma Rousseff, liderando uma missão de mais de 300 empresários. “Nosso desafio é desenvolver um comércio mais diversificado de produtos. A integração entre as cadeias produtivas dos dois países e o aumento dos fluxos de investimentos são objetivos a ser perseguidos”, sublinhou Tigre.
No primeiro painel do encontro, o secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência e Tecnologia, Ronaldo Mota, e o empresário gaúcho Ricardo Felizzola, da Altus Sistemas de Informática, listaram a microeletrônica como um dos melhores setores para o aumento dos investimentos chineses no Brasil.
Em três outros painéis até o final da tarde, empresários brasileiros e técnicos do governo indicarão obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e projetos nos segmentos de agroindústria e energia, incluindo produção de etanol e de petróleo da camada do pré-sal, como outras boas oportunidades para se ampliar os investimentos da China no país.
Fonte: CNI