quinta-feira, 21/11/2024
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Chefe do FMI alerta para consequência “terrível” de calote

“Terrível para os EUA, terrível para o mundo”. Assim Christine Lagarde, diretora-gerente do FMI, definiu as consequências de um calote americano, no mesmo dia em que divergências sobre a dívida de Washington surgiram dentro dos partidos.
Na terça-feira, acaba o dinheiro do governo dos EUA. Se o Congresso não autorizar a Casa Branca a se endividar além dos US$ 14,3 trilhões que já contraiu em empréstimos –quase o PIB do país–, contas deixarão de ser pagas.
Em evento no Council on Foreign Relations ontem, do qual a Folha participou por telefone, Lagarde disse que enquanto “o relógio está batendo cada vez mais perto”, o governo americano –Congresso e Executivo– se dedica a “alfinetadas políticas”.
Ela alertou que um eventual calote, pior resultado da falta de acordo, contaminaria a economia global. “É óbvio que as consequências não vão parar na fronteira.”
As “alfinetadas”, trocadas há semanas e levadas ao ápice anteontem com o duelo de discursos do presidente Barsack Obama (democrata) e do líder da Câmara John Boehner (republicano), agora surgem dentro dos partidos.
Agências de notícias citam legisladores republicanos ameaçando votar contra a proposta mais recente de Boehner, e democratas estudando votar a favor.
O texto deve ir a votação hoje e prevê subir o teto da dívida em etapas. Na primeira, agora, o limite seria esticado até o início do ano, mediante cortes de gastos de US$ 1,2 trilhão. Depois, haveria nova votação para outra extensão de um ano, e novos cortes de US$ 1,8 trilhão.
O plano não prevê retomar os impostos suspensos desde a Presidência de George W. Bush, maior ponto de atrito entre os dois partidos.

VETO
Ontem, Obama repetiu a ameaça de veto. Já os republicanos afirmam que os cortes previstos são insuficientes para equilibrar o Orçamento –estima-se que os EUA precisam cortar US$ 4 trilhões em dez anos.
Os líder democrata no Senado, Harry Reid, também sofreu críticas internas ao sugerir um pacote sem impostos.
Segundo a Reuters, o representante que tabula os votos do governo, Steny Hoyer, disse que “alguns democratas” podem votar com a oposição.
Para aprovar o aumento do endividamento, o Congresso precisa passar também um ajuste fiscal. Mas os partidos discordam sobre o que cortar e como aumentar o caixa.
“A questão do teto da dívida tem de ser resolvida”, disse Lagarde. “Mas a consolidação fiscal deve ser tratada pelo médio e longo prazo, pois nenhum país consegue crescimento sustentável com a base tão desequilibrada.”

LUCIANA COELHO
DE WASHINGTON

UOL

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
A estrada é longa e o tempo é curto. Não deixe de fazer nada que queira, mas tenha responsabilidade e maturidade para arcar com as consequências destas ações.
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