O presidente venezuelano, Hugo Chávez, chegou nesta sexta-feira, 9, ao Chile cantando uma “ranchera” para minimizar os protestos contra sua presença na 17a Cúpula Ibero-Americana em Santiago. Ele disse que poderá se reunir com seu colega colombiano, Alvaro Uribe, mas que ainda não há nada marcado.
A cúpula começou na noite de quinta-feira, mas Chávez, o personagem mais aguardado, só pousou no aeroporto de Santiago pouco antes das 6h de sexta-feira (7h, horário de Brasília).
Mesmo antes do desembarque, a visita já havia gerado um confronto entre cerca de 50 detratores e seguidores do presidente diante da embaixada venezuelana em Santiago, depois que um parlamentar direitista chileno tentou entregar uma carta que o declarava “persona non grata”.
“Se alguns não gostam de mim, como dizem os mexicanos: “ni modo” (algo como não posso fazer nada)”, declarou o presidente a jornalistas que o esperavam no aeroporto. Em seguida, cantou: “Não sou moedinha de ouro, para agradar a todos, assim nasci e assim sou, se não me querem, “ni modo””.
A viagem de Chávez esteve pendente até a última hora, devido à tensão social provocada na Venezuela por estudantes contrários a uma reforma constitucional promovida por ele que deve acabar com o limite à reeleição presidencial.
O presidente venezuelano, que atua como mediador entre o governo colombiano e a guerrilha Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) na busca pela libertação de reféns e prisioneiros, disse que poderá conversar com Uribe, mas que não há encontro agendado.
“Que eu saiba ninguém me pediu (uma reunião bilateral), e nem eu a solicitei, mas se por aí me encontrar e possamos conversar, então conversaremos”, disse Chávez. “O presidente Uribe me perguntou se eu viria, eu lhe disse que provavelmente, e se fosse assim nos veríamos.”