O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, chega hoje à Rússia numa visita oficial de três dias cujo tema central será a cooperação militar, na primeira etapa de uma viagem que incluirá Belarus e Irã em seu itinerário.
Chávez chegará esta noite a Moscou esta noite, onde permanecerá até sexta-feira. No sábado, viajará para a cidade de Rostov-no-Don, no sul de país, segundo fontes oficiais russas.
Além das conversas com o presidente russo, Vladimir Putin, Chávez terá reuniões com deputados da Duma, a câmara baixa do Parlamento.
Ele também vai presidir um fórum de empresários dos dois países, e inaugurar o centro cultural latino-americano Simón Bolívar, na Biblioteca de Literatura Estrangeira de Moscou.
Em Rostov, Chávez visitará uma fábrica de helicópteros semelhantes aos adquiridos recentemente pela Venezuela. Ele será um dos convidados de honra da competição hípica Presidente da Rússia.
“Chávez entra no círculo de chefes de Estado da CEI (Comunidade dos Estados Independentes)”, ironizou o jornal “Viedomosti” ao comentar o convite de Putin ao líder venezuelano. O evento, tradicionalmente, recebe presidentes das antigas repúblicas soviéticas.
Segundo a imprensa russa, Chávez vai conversar sobre a possível compra de submarinos e sistemas de defesa antiaérea.
Fontes da indústria naval russa informaram que a oferta de Moscou inclui submarinos Amur 950 e 1650, além do projeto 636.
Quanto aos equipamentos de defesa antiaérea, os analistas destacam os sistemas Tor-M1, de curto alcance, já adquiridos pelo Irã.
Com oito foguetes terra-ar de um alcance de entre 1,5 e 12 quilômetros de distância, o sistema TOR-M1 pode detectar até 48 alvos de forma simultânea.
O Ministério de Relações Exteriores da Rússia destacou que a quinta visita de Chávez ao país favorecerá o desenvolvimento das relações bilaterais, em ascensão nos últimos anos.
“Rússia e Venezuela têm interesse em aprofundar as suas relações econômicas. Atualmente estudamos a execução de promissores projetos no âmbito de mineração, energia elétrica, transporte, aeronáutica, infra-estrutura e investimentos financeiros”, disse Mikhail Kaminin, porta-voz da Chancelaria russa.
Ele ressaltou ainda o alto nível do diálogo político entre os Governos dos dois países em assuntos como o mercado mundial de hidrocarbonetos.
“Rússia e Venezuela defendem a estabilidade no mercado internacional, com o diálogo entre os produtores independentes e os membros da Organização de Países Produtores de Petróleo (Opep) em favor da segurança energética global”, comentou.
Segundo diversas fontes, nos últimos anos a Rússia assinou com a Venezuela contratos de fornecimento de armamentos num valor de US$ 3 a 4 bilhões. EFE apl mf
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