O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, acusou o dos Estados Unidos, George W. Bush, de “querer reviver a Guerra Fria” e de “uma nova tentativa de agressão contra Cuba”, em carta enviada ao ex-líder cubano Fidel Castro publicada nesta segunda-feira pela imprensa oficial da ilha.
“Estão preparando uma nova tentativa de agressão contra Cuba. E não só contra Cuba. A Venezuela também está na mira. Para isto, o imperialismo está montando todo um tipo de provocações verbais”, afirma Chávez.
“Bush, quando já se aproxima de seu inevitável declive, quer reviver a Guerra Fria. O fato de a Rússia ter se colocado de pé deixa os falcões fora de si e pretendem, através das transnacionais da comunicação, apertar a tecla do medo. E não são gratuitas, neste sentido, as falácias que estão fabricando contra Cuba e Venezuela”, acrescenta.
Chávez se refere a uma recente mensagem na qual Fidel elogiou seu irmão, o presidente de Cuba, Raúl Castro, por não responder a versões jornalísticas sobre um suposto plano para instalar uma base de bombardeiros estratégicos na ilha.
“Estou completamente de acordo com você: não temos que dar explicações nem prestar contas ao império ianque, muito menos pedir desculpas ou perdão”, escreve o presidente venezuelano. “Diante do império e de suas ameaças nós devemos nos fortalecer”, acrescenta Chávez.
Segundo Chávez, “outra vez a agressiva obstinação ianque não só quer cercar a grande potência que é a Rússia, mas também procura dobrar todos aqueles que atrevem a levantar suas vozes nestes tempos de genocídio ensombreados pela impunidade”.
Chávez chama Fidel de “pai e mestre” – sábado completou dois anos desde sua aparição em público – e elogia suas colunas de “reflexões”, divulgadas pela imprensa cubana.
Estas colunas, segundo Chávez, “são leitura obrigatória para os revolucionários e revolucionárias da América e do mundo: aqueles que desejam aprender as linhas de força do tempo atual devem recorrer a elas”.
Chávez felicita Fidel pelo 55º aniversário do fracassado assalto ao quartel Moncada de Santiago de Cuba, primeira ação armada da revolução contra a ditadura de Fulgencio Batista, comemorado no sábado.
“Centenas, milhares de Moncadas, temos que continuar tomando por assalto, mas guiados pela nova experiência combativa que tem seu mais sólido fundamento nos nervos de aço (…), disso depende esta longa luta, esta guerra de contenções para dobrar um feroz cuja maior fraqueza é dar golpes no vazio”, afirma a carta.
EFE
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