O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou nesta segunda-feira que o Brasil está disposto, caso peçam, a atuar como mediador entre Colômbia e Venezuela para reduzir as tensões que levaram o presidente venezuelano, Hugo Chávez, a alertar sobre uma possível guerra.
“O Brasil, sempre que pode, tenta aproximar e dialogar com os dois lados, e o nosso espírito é sempre o de facilitar o diálogo, mas isso não depende só de nós”, disse Amorim à agência de notícias Efe, no Rio de Janeiro. O ministro esclareceu que qualquer mediação depende de pedidos dos dois países.
Apesar de não citar datas, circunstâncias ou locais, Amorim afirmou que o Brasil espera que Chávez possa ter um encontro com o presidente colombiano, Álvaro Uribe, para que tentem solucionar as divergências entre ambos os países. “Vamos ver se surge uma oportunidade para que os dois possam estar juntos, quem sabe?”, disse Amorim, após lembrar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recentemente se reuniu separadamente com Chávez e Uribe no intervalo de uma semana.
Na semana passada, Lula disse confiar em que Chávez acabará se entendendo com Uribe e que pretende promover uma reunião entre os dois no próximo dia 26 em Manaus.
Lula convidou os presidentes dos países amazônicos, entre eles Colômbia e Venezuela, para cúpula na qual definirão posições conjuntas para a conferência da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre as mudanças climáticas que será realizada no mês que vem, em Copenhague.
As já tensas relações entre Colômbia e Venezuela se complicaram ainda mais neste último domingo (8), quando Chávez pediu a militares e civis venezuelanos para “se preparar para a guerra” diante da possibilidade de uma agressão que, em sua opinião, poderia vir dos EUA.
A advertência foi uma resposta à assinatura do convênio militar entre EUA e Colômbia que prevê o uso de até sete bases colombianas por tropas americanas, o que Chávez considera como uma “ameaça” à segurança regional.
Efe/F.Online